Em Fátima, Portugal e o mundo não esquecem João Paulo II
(13/5/2011) O arcebispo de Boston, Sean O’Malley, disse hoje acreditar que “Nossa
Senhora de Fátima interveio no dia 13 de maio de 1981", para salvar João Paulo II
quando ele foi baleado na Praça de São Pedro. “A sua vida foi poupada de modo que
ele pudesse ser instrumento de Deus para derrubar a Cortina de Ferro e acabasse a
opressão política do comunismo no mundo”, disse o cardeal Sean O’Malley aos mais de
250 mil peregrinos reunidos na peregrinação internacional aniversária que hoje se
conclui no Santuário de Fátima. O presidente da celebração lembrou a “alegria”
que a “família católica viveu com a beatificação de João Paulo II”, juntando “dois
milhões de pessoas numa extraordinária demonstração de fé e amor”, na Praça de São
Pedro, no Vaticano, no passado dia 1 de maio. “Maria também ajudou o beato João
Paulo II a perseverar na oração” e a guiar o “povo de Deus, numa caminhada missionária”,
disse o prelado, na homilia proferida em português. Para o prelado norte-americano,
que preside à celebração mariana – concelebrada pelo cardeal-patriarca de Lisboa José
Policarpo, pelo núncio apostólico Rino Passigato, 22 bispos e 425 sacerdotes - o “sim
de Maria” “mudou o curso da história, mais do que qualquer remédio milagroso”, colocando
o destino da humanidade “nas mãos de uma jovem”. A humanidade é “beneficiária”
do sim de Maria, indica o cardeal, acrescentando que pela conduta da mãe de Jesus,
“somos lembrados de quão séria é a nossa responsabilidade quando se trata de aceitar
o plano de Deus para a nossa vida”. O cardeal, relembrando o percurso da vida de
Maria, referiu que todos se podem identificar com ela. “Qualquer pai que tenha
perdido o seu filho, qualquer amigo que tenha perdido o seu amigo, ou colega que tenha
visto morrer pode identificar-se com Maria da Pietá”, disse, recordando ainda situações
de “perda de emprego”, um pai que “daria tudo para ajudar o seu filho crescido a livrar-se
do alcoolismo, ou de uma vida de pecado, a perder o trabalho, pode identificar-se
com Maria”. Numa referência ao Evangelho, o cardeal indicou que nos dias de hoje
o mundo afasta as pessoas de Deus, impede-as de se aproximarem: “A pressão do grupo,
a opinião pública, a cultura materialista da morte que nos envolvem, afasta muitas
vezes as pessoas de Deus”. O arcebispo de Boston afirmou que, no entanto, tal como
“a comunidade aproxima as pessoas de Deus, ajudando a ultrapassar os obstáculos que
se interpõem”, também “nós, aqui, reunidos em Fátima, somos chamados a ser essa comunidade
indo ao encontro dos outros”.