MIGRAÇÕES: VATICANO DEFENDE CULTURA DO ACOLHIMENTO

Sydney, 12 mai (RV) - Em visita à Austrália, o Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, falou ontem aos bispos do país, reunidos em Assembleia Plenária.

O objetivo da visita pastoral de Dom Vegliò é incentivar a Igreja católica na ação pastoral com os migrantes e refugiados neste país em que o fenômeno das migrações é realidade cotidiana.

Neste sentido, o tema da palestra do arcebispo da Cúria romana foi a mobilidade humana e a consequente promoção de “uma autêntica cultura do acolhimento”.

Em seus 21 milhões de habitantes, a Austrália abriga 5 milhões de trabalhadores migrantes, 22.500 refugiados e 2.350 solicitantes de asilo. Diante disso, a Igreja sempre se demonstrou solícita, como demonstra a instrução “Erga migrantes caritas Christi”, que oferece respostas eclesiais aos desafios e riscos que as migrações atuais comportam.

De seu ponto de vista, Dom Vegliò afirmou que “a autêntica cultura do acolhimento aceita os valores realmente humanos dos migrantes, acima de todas as dificuldades inerentes à convivência ao lado de pessoas diferentes” e “não faz alguma distinção entre migrantes, refugiados ou outras pessoas deslocadas, seja qual for sua nacionalidade, cor ou credo”.

O arcebispo citou em seguida a questão do diálogo ecumênico, inter-religioso e intercultural, que gera o reconhecimento dos valores comuns e à atitude de respeito pelas diferenças, sem perder a própria identidade.

Dom Vegliò terminou explicando que a forma mais comum e direta de dialogar é o chamado “diálogo de vida”, com gestos cotidianos simples de respeito, solidariedade, fraternidade e amor.
(CM)