Judeus e Cristãos podem e devem colaborar a favor do bem comum
(12/5/2011) Judeus e cristãos podem contribuir conjuntamente para o bem da humanidade,
correspondendo aos desafios da sociedade atual: convicção de Bento XVI expressa nesta
quinta-feira, ao receber, no Vaticano, uma delegação da “B’nai B’rith Internacional”;
organização judaica criada em 1843, em Nova Iorque, tendo entre outros objetivos combater
racismo e anti-semitismo: “Há muitos modos através dos quais Judeus e Cristãos
podem cooperar para melhorar o mundo”, em conformidade com a vontade de Deus, para
o bem da humanidade”. Para além de “obras de caridade e de serviço aos pobres”
(considera o Papa), uma das coisas mais importantes que judeus e cristãos podem fazer
em conjunto é testemunhar, uma fé profundamente enraizada no facto de que cada homem
e cada mulher foram criados à imagem de Deus, tendo assim uma dignidade inviolável. “Esta
convicção permanece o mais seguro fundamento para o empenho, da parte de todos, em
defender e promover os direitos inalienáveis de cada ser humano”. Evocando o encontro
do Comité Internacional de Contacto entre Católicos e Judeus, em Fevereiro passado,
em Paris, Bento XVI agradeceu a participação desta organização judaica, e recordou
que ali se afirmou o desejo de que católicos e judeus se mantenham lado a lado para
combater os “imensos desafios” que se apresentam num mundo em rápida transformação,
impulsionados pelo “religioso dever” de lutar contra a injustiça, a discriminação
e a negação dos direitos humanos universais”. O Santo Padre recordou ainda um
outro encontro, em Março, em Jerusalém, entre delegações do Grande Rabinato de Israel
e a Comissão da Santa Sé para as Relações Religiosas com o Judaísmo, onde se sublinhou
a necessidade de promover uma correta compreensão do papel da religião nas nossas
sociedades de hoje”, capaz de corrigir uma visão “puramente horizontal”, e portanto
incompleta, da pessoa humana e da convivência social. Bento XVI exortou a superar
esta visão material da vida humana, a favor de um despertar da espiritualidade. “A
vida e atividade de todos os crentes deveria testemunhar permanentemente o transcendente,
visando as realidades invisíveis que se encontram para além de nós e que encarnam
a convicção de que é uma Providência amorosa e misericordioso que guia o êxito final
da história”.