ARCEBISPO VEGLIÒ NA AUSTRÁLIA: ABRIR A PORTA AOS IMIGRADOS QUE PEDEM ASILO
Sydney, 10 mai (RV) - Superar as barreiras do medo e dos preconceitos no acolhimento
aos imigrados, abrindo-lhes a porta da integração. Foram os votos do Presidente do
Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Antonio Maria
Vegliò, que na manhã desta terça-feira presidiu uma missa na Catedral de Nossa Senhora,
em Sydney. O prelado encontra-se nestes dias na Austrália para uma visita pastoral.
A
Igreja promove, em todos os lugares, o "diálogo entre as culturas", mesmo onde mais
que o diálogo, se verifica uma "mera coexistência tolerada". Durante uma longa homilia,
Dom Vegliò repropôs todos os pontos do magistério eclesial concernente ao tema das
migrações.
A Austrália é multiétnica e multicultural, mas indiferença, egoísmo
e mesquinhez" em relação a quem busca asilo num novo país podem ser sempre um perigo
– disse.
Inspirando-se nas imagens propostas pela liturgia da missa, o Presidente
do Dicastério vaticano para os migrantes evidenciou, em primeiro lugar, o ponto de
partida cristão, sem o qual a hostilidade para com o imigrado é dificilmente superável.
"A
outra pessoa – afirmou – não é um ser abstrato, mas uma pessoa real, à qual foi dado
o princípio interior da liberdade" e que deseja o encontro com outras pessoas. No
contexto da mobilidade humana, prosseguiu, "isso significa que a relação entre as
pessoas tem um valor muito importante, porque o respeito, a promoção e a afirmação
do sentido do outro" podem encontrar espaço numa "justa relação interpessoal".
Em
seguida, Dom Vegliò partiu do versículo do Apocalipse – "Eis que estou à porta e bato"
– para uma reflexão sobre o símbolo da porta. "A soleira de casa – observou – indica
o limite entre aquilo que é público e aquilo que é reservado à família que habita
naquela casa, a sua vida íntima e privada. Uma soleira é uma soleira e não uma barreira."
O
imigrado que bate à porta de um país estrangeiro espera que alguém a abra, para tentar
obter, para si e a sua família, aquelas oportunidades que não teve em sua terra. Aquela
porta pode permanecer fechada, em defesa de costumes, tradições, mentalidade", mas
também de "preconceitos e medos".
O Arcebispo concluiu convidando à "partilha
dos recursos na solidariedade" que, reiterou, "tem o efeito de criar uma nova condição
de vida, em comunhão". (RL)