Cidade do Vaticano,
08 mai (RV) - Jesus, o Mestre por excelência, passa três anos preparando os apóstolos
e discípulos para os acontecimentos de sua Paixão. Fala de seus sentimentos, de sua
morte e de sua Ressureição.
Quando tudo isso acontece, o peso do sofrimento
e da morte é tão grande que todos se esquecem do que Jesus os advertira em relação
à Ressurreição. Todos ficam desapontados, tristes e reagindo como se a morte fosse
a última palavra na vida de Jesus.
O Evangelho nos relata a repercusssão desses
fatos na vida de dois deles, os chamados discípulos de Emaús, Cléofas e seu companheiro.
Eles
estão voltando para casa. O Mestre, aquele em que colocavam toda a esperança, está
morto. Pelo caminho eles andam de modo acabrunhado. Contudo, Jesus, o Consolador,
se dirige a eles com o propósito de acabar com essa tristeza. Jesus usa uma tática
de não se revelar logo, mas de ir fazendo perguntas, recordando o que estava nas Escrituras
a respeito d’Ele, de tal modo que a esperança fosse recuperada.
Ao passar pela
entrada de Emaús, Jesus se despede. Eles ficam desapontados com tal atitude. Aquele
caminheiro que, com sua conversa, estava resgatando a esperança, vai embora e vai
deixá-los sozinhos. Não, não pode ser. Eles pedem ao desconhecido que entre com eles
no povoado, depois em sua casa e ceiem juntos.
Podemos ver nesse gesto de Jesus,
ao deixar espaço para ser convidado, que o Senhor não se impõe a nós. Ele vem até
nós e nos consola, mas não impõe sua presença permanente. Ele quer nossa solicitação,
Ele se oferece como hóspede – Eis que estou à porta e bato - , ele espera um ato livre
de nossa vontade.Ao ser convidado, Jesus aceita e vai cear com eles.
Na hora
da bênção do pão, Jesus se revela e, como no Tabor, aparece sua glória de Filho amado
pelo Pai. Jesus se revela e desaparece. Não é mais necessária sua presença após a
manifestação de sua glória, após a experiência e anunciar a ressurreição.
Assim
somos nós. Nos momentos difíceis da vida recordamos as palavras do Senhor? Damos
espaço para que Ele nos fale? Recorremos às Escrituras, ao Evangelho e meditamos
suas palavras?
A experiência que temos de Deus, a compartilhamos com os demais?
(CAS)