MÉXICO: PROTESTOS CONTRA A VIOLÊNCIA GERADA PELO NARCOTRÁFICO
Cidade do México, 07 maio (RV) – Quatro mil crianças assassinadas nos últimos
cinco anos, 22 mil delitos cometidos e apenas 5% destes investigados: são os números
lamentáveis que levaram ativistas, seguidos por milhares de outros cidadãos, às ruas
do México, exigindo o fim da violência galopante no país.
Hoje, como há um
século atrás (quando houve a revolução que mudou a história de todo o continente sul-americano),
o protesto inicia na cidade de Cuernavaca, capital do Estado de Morelos, com uma marcha
pela paz. Depois de andar 90 km, os manifestantes irão chegar, no domingo, na praça
Zócalo, na Cidade do México. Ali vão exigir do governo a assinatura do "Pacto Nacional
pela paz". O documento é uma solicitação para que se tome medidas sérias para combater
o tráfico de drogas. O pacto deverá ser assinado em Juarez, cidade onde, em 2010,
três mil pessoas foram mortas, só nesse ano, já perderam a vida 804 devido ao narcotráfico.
Uma das principais questões é a quantidade de vítimas inocentes da "guerra
do narcotráfico", embora governo continue a defender que das 40 mil pessoas que morreram
nos últimos cinco anos vítimas desse tipo de violência, 90% são traficantes de drogas.
Os manifestantes escolheram como guia o poeta Javier Sicilia, que na ofensiva
contra o cartel de drogas lançada pelo presidente Calderón, em 2006, perdeu seu filho
Juan, hoje tido como um símbolo dessa luta. Na primeira fila, ao lado dele, o bispo
de Saltillo, Dom Raúl Vera López, tb ele ativista da luta contra o crime. (ED)