Na audiência geral, Bento XVI inicia novo ciclo de catequeses dedicado à oração cristã.
Como introdução, o Papa sublinhou desta vez que em todos os tempos e culturas o homem
reza
“Rezar é falar com Deus” – recordou-o neste quarta-feira Bento XVI, na audiência
geral , dando início a uma nova série de catequeses dedicada ao tema da oração, “especificamente
da oração cristã, isto é, a que nos ensinou Jesus e que continua a ensinar a Igreja”.
“De facto – sublinhou – é em Jesus que o homem se torna capaz de se aproximar de Deus
com a profundidade e a intimidade da relação de paternidade e de filiação. Juntamente
com os primeiros discípulos, dirijamo-nos pois ao Mestre, pedindo-lhe: ‘Senhor, ensina-nos
a rezar’.” O Papa indicou que a sua abordagem do tema da oração se apoiará na
Sagrada Escritura, na grande Tradição dos Padres da Igreja, dos Mestres de espiritualidade
e da Liturgia. Será como que uma “Escola de Oração”, para “aprender a viver ainda
mais intensamente a nossa relação com o Senhor” - prometeu. Isto porque rezar é uma
“arte” que carece de iniciação e aprendizagem…
“Há que aprender a rezar,
como que adquirindo sempre de novo esta arte; mesmo aqueles que estão muito avançados
na vida espiritual sentem sempre a necessidade de frequentar a escola de Jesus para
aprenderem a rezar com autenticidade. Os Evangelhos descrevem-nos
Jesus em diálogo íntimo e constante com o Pai: é uma comunhão profunda daquele que
veio ao mundo não para fazer a sua vontade, mas a do Pai que o enviou para a salvação
do mundo.”
A catequese desta quarta-feira constituiu uma introdução
ao tema, em que o Papa expôs “alguns exemplos de oração presentes nas antigas culturas,
para sublinhar como, praticamente sempre e por toda a parte as pessoas se dirigiram
a Deus”.
“Nos exemplos de orações das diferentes épocas e civilizações
emerge a consciência que o ser humano tem da sua condição de criatura e da sua dependência
de um Outro que lhe é superior e que é fonte de todo o bem. O homem de todos os tempos
reza porque não pode deixar de se perguntar qual é o sentido da sua existência, que
permanece obscuro se não for posto em relação com o mistério de Deus e do seu projecto
sobre o mundo”.
Como sempre o Santo Padre propôs em português um resumo
desta sua catequese, completado com uma saudação aos peregrinos dos países lusófonos:
"Queridos
irmãos e irmãs, Nas próximas catequeses, como se fossem uma «Escola
da Oração», queremos aprender a viver mais intensamente o nosso relacionamento com
o Senhor, abordando a realidade da oração na Sagrada Escritura, nos Padres da Igreja,
nos mestres de espiritualidade e liturgia. De facto, até as pessoas mais adiantadas
na vida espiritual sentem necessidade incessante de voltar à escola de Jesus. Na verdade,
é em Jesus que o ser humano se torna capaz de abeirar-se de Deus com a profundidade
e a intimidade próprias duma relação entre pai e filho. Nesta relação, encontra a
sua forma perfeita e definitiva o desejo de Deus inscrito no coração de cada homem
e mulher. Dão testemunho deste desejo universal as variadas orações presentes nas
antigas culturas do Egipto, Mesopotâmia Grécia e Roma. Nestes exemplos de oração,
ressalta a consciência que o ser humano tem da sua condição de criatura e da sua dependência
de Outrem que está acima dele e é a fonte de todo o seu bem.
Uma
cordial saudação para todos os peregrinos de língua portuguesa, com menção particular
dos fiéis de Salto de Pirapora e as Irmãs Franciscanas Catequistas do Brasil e do
grupo «Ajuda à Igreja que sofre» de Portugal, que aqui vieram movidos pelo desejo
de afirmar e consolidar a sua fé e adesão a Cristo: o Senhor vos encha de alegria
e o seu Espírito ilumine as decisões da vossa vida para realizardes fielmente o projecto
de Deus a vosso respeito. Acompanha-vos a minha oração e Bênção."