MORTALIDADE MATERNA EM CRESCIMENTO NA ÁFRICA SUBSAARIANA
Roma, 04 maio (RV) – Amanhã, cinco de maio, é o Dia Internacional da Obstetra
e, por isso, a “International Confederation of Midwives”, que promove essa data, chama
a atenção para as condições precárias das mulheres da África Subsaariana. Na região,
a mortalidade materna está aumentando por falta de obstetras que possam dar assistência
durante o período da gravidez e auxiliar no planejamento familiar.
A cada dia
no mundo, mil mulheres morrem por doenças que poderiam ser facilmente prevenidas ligadas
à gravidez e ao parto. 99% dessas mortes se concentram nos países mais pobres, sendo
que mais da metade na África Subsaariana, onde uma a cada 31 mães correm risco de
morte. O contraste é grande com os índices dos países desenvolvidos, onde uma mulher
a cada 4.300 morre por causas relacionadas ao parto e à gravidez.
As mais
afetadas são as mais jovens, e doenças como AIDS e malária continuam a ser uma ameaça
para as mães de todas as idades e também para os seus filhos em todo o Continente
Africano.
O Quinto Objetivo do Milênio, estabelecido pelas Nações Unidas,
prevê a redução da mortalidade materna em 75% até o ano de 2015. Apesar de alguns
progressos terem sido feitos nesse sentido em alguns países, a falta de agentes de
saúde continua a ser um dos maiores obstáculos. Mulheres e recém-nascidos de nações
pobres são mais vulneráveis, pois não podem contar com o sistema de saúde público.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, estimou que serão necessárias 334 mil
obstetras para assegurar o acesso universal ao serviço profissional qualificado até
2015, e calcula-se que, pelo menos, o dobro desse número seja necessário para assegurar
o acesso a um serviço completo de saúde sexual e reprodutiva.
Além de causar
mortalidade materna, o parto não assistido e a falta de medicamentos e de estruturas
trazem outras conseqüências graves para a vida das mulheres. A fístula vaginal, por
exemplo, causa nas mulheres incontinência urinária constante e um sofrimento social
cruel, pois há um enorme preconceito para com as suas portadoras nos países africanos.
(ED)