DOM VEGLIÒ: TODO HOMEM TEM DIREITO A PERMANECER EM SEU PAÍS, MAS TAMBÉM A EMIGRAR
Cidade do Vaticano, 03 mai (RV) - Toda forma de migração comporta, inevitavelmente,
algum tipo de sofrimento. É o que ressalta o Presidente do Pontifício Conselho da
Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, no discurso
que pronunciará durante os encontros com os Capelães dos migrantes e as comunidades
imigradas, por ocasião de sua visita à Austrália, que se estenderá até dia 14 do corrente.
O
Arcebispo recorda que em 1963, na encíclica Pacem in Terris, o Papa João XXIII
reconhecera o direito de todo indivíduo a permanecer em seu país. Em 2004, na Mensagem
para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, também João Paulo II ressaltara que
toda pessoa tem "o direito a viver em paz e com dignidade em seu país".
Mas
existem momentos e situações – ressaltou Dom Vegliò – em que é necessário deixar a
própria pátria. Também hoje muitas pessoas abandonam suas casas por causa de guerras
e violências.
A Igreja – acrescenta o prelado recordando as palavras de Bento
XVI na Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, deste ano – reconhece
a todo homem também o direito a emigrar, "no dúplice aspecto da possibilidade de sair
de seu país e possibilidade de entrar em outro, em busca de melhores condições de
vida".
Ao mesmo tempo – lê-se, ainda, na mensagem – os Estados têm o direito
de regulamentar os fluxos migratórios e de "defender as suas fronteiras, sempre assegurando
o imperioso respeito à dignidade de toda pessoa humana".
"Além disso, os imigrados
têm o dever de integrar-se no país que os acolhe, respeitando as suas leis e a identidade
nacional." Ademais, no setor de informações, é importante oferecer aos potenciais
migrantes informações corretas sobre a situação de seus países de destinação, sobre
as oportunidades e perigos que podem encontrar.
As migrações são também uma
oportunidade – conclui o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes
e os Itinerantes. A mistura de culturas e religiões pode ser um enriquecimento, embora
em alguns casos possa alimentar tensões persistentes. "O diálogo que leva ao reconhecimento
de valores comuns" constitui antídoto para essa tensão – indica o Arcebispo Vegliò.
(RL)