Islamabad, 03 maio (RV) - "Na alma de um cristão nunca é uma alegria a morte
de um homem, mesmo que este seja um inimigo. Por ocasião da morte do Bin Laden, gostaria
de lembrar o mandamento supremo da mensagem cristã: amai os vossos inimigos."
Com
estas palavras, o arcebispo de Islamabad (Paquistão), Dom Anthony Rufin, comentou,
para a agência Fides, o assassinato do líder da Al Qaeda, Bin Laden. O prelado ressaltou
que, recentemente, não foram registrados episódios de violência contra os cristãos.
"Gostaria também de expressar o nosso respeito absoluto pelo islamismo e pelos
muçulmanos do Paquistão, com os quais nós acreditamos que seja possível compartilhar
caminhos de diálogo e de colaboração para construirmos uma nação pacífica", declarou
ainda o arcebispo.
Sobre a situação dos cristãos paquistaneses, o arcebispo
disse: "Somos chamados pela vontade de Deus a vivermos neste país e fazermos o bem
neste país. Vivemos a nossa vocação e missão com fé e esperança, mesmo em situações
difíceis".
Também falou à Fides o Bispo de Multan e Presidente da Comissão
para o Diálogo Inter-religioso na Conferência Episcopal, Dom Andrew Francis, que disse
ter tido duas reuniões com autoridades civis e militares, após o anúncio da morte
de Bin Laden, para falar sobre as medidas de segurança a serem tomadas onde vivem
mais cristãos, no sul de Punjab. O bispo recordou o exemplo do modelo de diálogo e
de paz levado adiante por João Paulo II e recordou a proximidade da Igreja Católica
para com os fiéis muçulmanos.
Ainda o arcebispo emérito de Lahore, Dom Lawrence
Saldanha, destacou em um comunicado que "a morte de Bin Laden, considerado por muitos
um herói da revolução islâmica e figura central do extremismo islâmico no mundo, pode
ajudar a desmistificar o extremismo e a reduzir a tensão e intolerância no Paquistão”.
(ED)