JAPÃO: MULHERES EM IDADE FÉRTIL SÃO AS MAIS AMEAÇADAS PELA RADIAÇÃO
Sendai, 29 abr (RV) – Superada a primeira fase de emergência, o Japão afronta
as possíveis conseqüências para a saúde humana que poderão advir da fuga de radiação
causada pelo desastre nuclear de Fukushima. Uma das maiores preocupações são as mulheres
em idade reprodutiva, as quais correm graves riscos de terem complicações no sistema
reprodutivo.
A agência Fides traz algumas pesquisas que mostram que a exposição
das mulheres à radiação pode reduzir as suas chances de terem filhos e causa envelhecimento
precoce. De acordo com o Centro Americano para o Controle de Doenças, a exposição
de mulheres já grávidas à radiação, ainda que em baixos níveis, causa graves conseqüências
aos fetos, tais como retardo no crescimento, malformações físicas e cerebrais e até
mesmo câncer, que poderá manifestar-se mais tarde.
Bem o sabem as mulheres
russas sobreviventes do desastre nuclear de Chernobyl. A quantidade de radiação liberada
na atmosfera na Ucrânia, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, era comparável
a 200 bombas atômicas como as lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1946. As mulheres
que vivem em áreas contaminadas da Ucrânia e da Bielorússia foram afetadas por desordens
cromossômicas, leucemia, trauma psicológico, depressão e defeitos congênitos em seus
filhos.
As indicações da Organização Mundial de Saúde e da Agência Internacional
de Energia Atômica são para que o governo japonês encoraje as mulheres a fazerem exames
médicos e para que lhes proporcione recursos e estratégias específicas para reduzirem
a exposição à radiação. Aconselham-nas ainda a evitar alguns alimentos locais, como
alface, leite, frutas e cogumelos. (ED)