Roma, 28 abr (RV) - Pôde celebrar a Missa de Páscoa, mas foi detido e levado
à delegacia de polícia, acusado de ter realizado um batizado. Isso aconteceu em Son
Lang, na região de K'Bang, no Vietnã central, a Dom Michael Hoang Duc Oanh, que no
mesmo povoado já no último Natal tinha sido impedido de celebrar missa. Em vista da
Páscoa, o bispo enviara várias solicitações às autoridades em todos os níveis, pedindo
a permissão para celebrar a Missa em um vilarejo onde nunca foi possível celebrar
a Eucaristia. Permissão que lhe foi concedida.
Mas, quando Dom Duc Oanh chegou,
juntamente com um sacerdote, ele encontrou um ambiente hostil com homens da polícia
e mulheres da Liga Feminina Comunista que superavam o número de fiéis e que controlavam
e zombavam do bispo e dos católicos. Formou-se uma longa fila de fiéis que queriam
se confessar.
A celebração do sacramento da reconciliação ocorreu entre gargalhadas
e piadas com o comentário sobre os gestos dos fiéis católicos. E depois da missa,
o bispo e o sacerdote foram levados para a delegacia e submetidos a horas de interrogatório.
Os oficiais acusaram o bispo de ter violado a licença que “apenas lhe permitia a celebração
da Missa de Páscoa”, enquanto ele tinha também “batizado pessoas”, “excedendo deliberadamente
o que tinha sido permitido”.
O bispo protestou, negando ter “batizado pessoas”,
explicando que somente ajudou os fiéis a se reconciliarem com Deus. “Antes de comer
- disse - vocês lavam as mãos. Da mesma forma, antes de participar da missa, nós nos
lavamos reconciliando-se com Deus”. A preocupação das autoridades comunistas e as
suas acusações – refere a agência de notícias AsiaNews - se explicam pelo fato de
que a diocese registra um grande número de conversões, testemunhadas por mais de 50
mil batismos nos últimos dois anos. (SP)