2011-04-28 11:55:52

ORIENTE MÉDIO: HAMAS E AL FATAH ANUNCIAM RECONCILIAÇÃO


RealAudioMP3 Cairo, 28 abr (RV) – Após uma série de encontros secretos, o Al Fatah, grupo que tem como mentor o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), e o movimento islâmico Hamas, que comanda a Faixa de Gaza, chegaram a um acordo e agora estão unidos. O anúncio foi feito ontem, de surpresa, na capital do Egito.

O acordo de reconciliação prevê um governo de transição independente, eleições parlamentares e presidenciais dentro de um ano, um novo conselho nacional da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), a reativação do atual conselho legislativo, uma reunião das forças de segurança e a libertação de prisioneiros.

Observadores internacionais e especialistas no mundo árabe acreditam que o acordo possa colocar fim a ruptura entre os dois movimentos pró-palestina. Como a decisão foi anunciada no Egito pós-revolução, a reconciliação poderia estar diretamente ligada aos acontecimentos no Norte da África.

De acordo com a professora de relações internacionais da Universidade de Florença, Maria Grazia Enardu, os fatos podem sim estar interligados. "O acordo foi anunciado no Egito, aliás, neste novo Egito. Além do mais, o que parece ter acontecido é que jovens de um grupo chamado A Unidade, sem ligação com o Hamas nem com a Al Fatah, fizeram protestos em Gaza e também em West Bank, para forçar a reconciliação em busca de novas políticas internas e externas", disse em entrevista à redação italiana da Rádio Vaticano.

Ao apresentar os detalhes do acordo de reconciliação, o líder do Hamas, Mahamud Al Zaar, disse que o governo transitório não tomará parte no processo de paz com Israel porquê o Hamas não reconhece o Estado de Israel.

Diante dessas declarações, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a Autoridade Nacional Palestina, presidida por Abu Mazen, deve escolher entre um acordo com o Estado Israelense ou com o Hamas, que poderia tomar o controle da Cisjordânia. Entretanto, o porta-voz da ANP disse que a ANP continua empenhada no processo de paz.

Sobre essa posição de Israel, a professora Maria Grazia Enardu, fala sobre aquele que seria o maior temor do Estado Israeliano: "o de um 'front' palestino unificado que se transformaria automaticamente mais rígido, não pela presença do Hamas, mas porque neste ponto Abu Mazen se sentiria mais seguro em futuras negociações", ponderou. (RB)







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