Cidade do Vaticano,
27 abr (RV) – O Papa João Paulo II sempre encorajou e defendeu os movimentos e
comunidades eclesiais, tanto que as definiu como "a nova primavera da Igreja". Entre
elas, a Opus Dei (do latim, Obra de Deus). Fundada por São Josemaría Escrivà, na Espanha,
recebeu o apoio fundamental de Wojtyla, que em 1982 tornou a Opus Dei uma prelazia
pessoal, figura jurídica da Igreja, prevista no Código de Direito Canônico. Giuseppe
Corigliano, porta-voz da Opus Dei na Itália, conversou com a Rádio Vaticano sobre
a importância do Papa João Paulo II para a Obra.
"Por um lado, é claro que
não se pode esquecer a grande aliança que foi formada entre a Opus Dei e este grande
Papa. Digo em relação aos jovens, à prelazia pessoal. Existem gestos de afeto pessoal
que continuam a ter efeito, porque o amor também está presente nas recordações. Olhando
a diante, João Paulo é um grande modelo: não só de Papa, de bispo, de sacerdote, mas
é um grande modelo de cristão comum, aquele que a Opus Dei quer formar, uma pessoa
que saiba unir, em grande unidade, o esporte com a pesquisa da verdade filosófica
e teológica, a poesia com o apreço às belas coisas do mundo. Se pensares no Papa enquanto
estava na montanha, verás o quanto ele apreciava a natureza. É um homem que nos ajuda,
nos faz entender que o cristão é um homem de verdade", explica Corigliano.
Levar
à palavra de Deus a todos os lugares, sem barreiras, seria o grande elemento de sintonia
entre o Papa João Paulo II e São Josemaría Escrivã. Segundo Corigliano, "a vontade
do Papa de rodar o mundo, que até mesmo fora criticada mais tarde, testemunha a vontade
de Jesus de alcançar todos. Por isso ele é um Santo sem fronteiras, aliás, um Beato,
mas será Santo em breve", reitera o representante da Opus Dei na Itália.
Questionado
se a Beatificação pode trazer um novo impulso no sentido da universalidade do Evangelho,
Corigliano acrescenta que "ela pode fazer os cristãos de hoje entenderem aquilo que
foram chamados a realizar. O novo Beato representa um modelo, o qual a Opus Dei pretende
formar", conclui.
Quem também conversou com a Rádio Vaticano foi o presidente
da Renovação Carismática italiana, Salvatore Martinez, que destaca a força extraordinária
de João Paulo II. "O Papa tinha tanta fé a ponto de realizar coisas impossíveis, exatamente
porque o Espírito Santo o permitiu realizar coisas divinas. Para mim, João Paulo
II representa exatamente isso: um homem profundamente crente, apaixonado, sobretudo
pelos excluídos e fundador de uma nova antropologia sempre mais orientada para Cristo",
destaca Martinez. (RB)