João Paulo II, peregrino de Fátima ,visitou o Santuário por três ocasiões e quis
a presença da imagem da Capelinha em Roma, no jubileu de 2000
(27/4/2011) João Paulo II é particularmente recordado em Portugal pela sua ligação
a Fátima, reforçada pela intercessão a Nossa Senhora na recuperação do atentado de
1981 e pela beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta, em 2000. A Nota Pastoral
da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) sobre a beatificação de Karol Wojtyla (1920-2005),
divulgada em março , sublinhava essa ligação. “É considerado o Papa de Fátima,
que um ano depois do atentado na Praça de São Pedro, em Roma, a 13 de Maio de 1981,veio
à Cova da Iria agradecer à Rainha da Paz o ter providencialmente sobrevivido”, assinalavam
os bispos, a respeito de Wojtyla, eleito Papa em Outubro de 1978. João Paulo II
esteve no Santuário de Fátima em 1982, 1991 e, pela última vez, em 2000, altura em
que beatificou os videntes Francisco e Jacinta Marto. Nessas três visitas, sempre
no mês de Maio , passou ainda por Braga, Coimbra, Lisboa, Porto, Vila Viçosa, Açores
e Madeira, somando-se uma escala técnica no aeroporto de Lisboa (2 de març de 1983),
a caminho da América Central A vinda a Roma, em Outubro 2000, da imagem original
de Nossa Senhora de Fátima da Capelinha das Aparições, no Jubileu dos Bispos, consagrando-lhe
o terceiro milénio, confirma a particular ligação do Papa polaco com o santuário da
Cova da Iria. Simbolicamente, a bala que lhe atravessou o abdómen num dia 13 de
Maio repousa hoje na mesma imagem da Virgem. João Paulo II sempre se mostrou seguro
de que “uma mão maternal” guiou a trajectória da bala naquela tarde de 1981, no Vaticano. Um
ano depois, Karol Wojtyla chegava a Fátima para “agradecer à Divina Providência neste
lugar que a mãe de Deus parece ter escolhido de modo tão particular” Em 2005, passados
apenas 42 dias sobre a sua morte, o 13 de Maio foi a data escolhida para que Bento
XVI anunciasse o início imediato do processo de beatificação – dispensando o período
de espera de cinco anos -, agora marcada para o próximo domingo, 1 de Maio, no Vaticano. Qualificando
a vida do Papa polaco como um “sinal de esperança”, o documento da CEP, em cinco pontos,
afirma que esta beatificação é “um chamamento e uma oferta que a Igreja faz a todos
os homens e mulheres de boa vontade”. A nota episcopal explica que “a beatificação
de alguém é a celebração agradecida pela vida e testemunho cristãos de um homem ou
de uma mulher, proclamando a sua virtude e oficializando o seu culto público”. A
CEP elenca “grandes traços da personalidade e da missão do Papa João Paulo II”, apresentado
como um “homem de intensa vida interior” com uma “invulgar capacidade de comunicação
pessoal, tanto diante das multidões, como em particular, atraindo magneticamente tantos
jovens, entre os quais muitos que se afirmavam estar distantes da Igreja”. A este
respeito, cita-se um episódio acontecido a 15 de Maio de 1982, em Coimbra, quando
o Papa Wojtyla “não hesitou em pôr aos ombros a capa preta que um estudante lhe ofereceu
e, no pátio da Universidade, gritou à multidão: «Olá, malta! O Papa conta convosco!
Melhor, Cristo conta convosco!»”.