Jerusalém, 23 abr (RV) – A comunidades cristãs de todo o Oriente Médio estão
dedicando-se, nessa Páscoa, de modo especial a todos os que perderam as suas vidas
nas manifestações de rua nos diversos países do mundo árabe. De Jerusalém ao Iraque,
passando por Gaza, do Egito ao Líbano, da Síria à Jordânia, de Chipre à Turquia até
o Kuwait, as minorias cristãs mostram toda a sua vitalidade.
A agência de
notícias Sir recolheu testemunhos naquelas terras. Na Jordânia, o vigário patriarcal,
Dom Selim Sayegh, disse que estão rezando pelo país, para o bem do povo, pelo rei
e pelo governo para que tomem as decisões políticas corretas. “A Páscoa oferece-nos
a possibilidade de rezarmos com a mente voltada para o bem espiritual e material de
todos, sem qualquer exclusão”.
No Egito, o patriarca copta-católico de Alexandria,
Cardeal Antonios Naguib, falou sobre a “ressurreição de um povo que estava imerso
no medo e na incapacidade de dizer o que sentia e via, mas que agora não está mais
adormentado, mas vive e fala”. “Esta Páscoa - disse ele - vem em um momento especial,
onde esperança mistura-se com preocupações, mas anuncia-nos serenidade e paz verdadeira”.
No Líbano, onde o clima é de tranqüilidade, o vigário apostólico dos latinos
em Beirute, Dom Paul Dahdah, afirmou que “tudo deverá transcorrer sem problemas, graças
a uma situação de calma social”. Ele observa, contudo, que se continua a “olhar com
atenção o que ocorre nos países vizinhos”.
No Iraque, onde os cristãos têm
lotado as igrejas desde o Domingo de Ramos, o vigário patriarcal de Bagdá, Dom Shelmon
Warduni, explicou que “se a situação permanecer nessa relativa calma, será possível
viver uma Páscoa tranqüila e rica de frutos”. “A maioria das igrejas recebeu um grande
afluxo de pessoas”, disse ele. “Agora poderemos olhar para os próximos rituais com
mais confiança. O exército e a polícia, junto com os nossos custódios, estão supervisionando
as nossas igrejas, pois há ainda ameaças de bombas”, concluiu. No Iraque, como em
Gaza, os ritos serão adiantados por motivos de segurança.
Em Chipre e no Kuwait,
as celebrações serão realizadas pelas numerosas comunidades étnicas e imigrantes que
são, em sua maioria, católicos. No Kuwait se celebra cinco ritos em 12 línguas. (ED)