Jerusalém, 23 abr (RV) – Concomitantemente com a Sexta-Feira Santa, a Igreja
dedicou o dia à Terra Santa, na qual foi promovida uma coleta em prol das comunidades
cristãs. Uma assembléia orante e itinerante com o objetivo de rezar e celebrar nos
mesmos lugares que foram palco da Paixão de Jesus.
Na Sexta-Feira Santa, a
Basílica do Santo Sepulcro (que tem também a custódia do local do Calvário) tornou-se,
mais que nunca, o coração da Jerusalém cristã. Desde o alvorecer, grupos de fiéis
reuniram-se na praça em frente ao templo, esperando para participarem da Liturgia
da Paixão junto ao altar de Gólgota, ou seja, ao lado da rocha sobre a qual foi posta
a Cruz de Cristo.
No final da manhã, apesar de o tempo não ter colaborado muito,
a cidade velha ficou bastante animada pelos fiéis. Todos com o mesmo desejo: percorrer
o tortuoso caminho da rua mais famosa de Jerusalém, referida, em todas as línguas,
como a “Via Dolorosa”. A “Via Dolorosa” foi por onde passou Jesus, carregando a Cruz.
É uma rua na cidade velha de Jerusalém, que começa na Porta de Santo Estevão e percorre
a parte ocidental desta porção da cidade, terminando na Igreja do Santo Sepulcro.
A rua tem nove das catorze estações da Cruz. As cinco últimas estações estão no interior
da Igreja do Santo Sepulcro.
Mas já na noite da Quinta-Feira Santa, tiveram
início as celebrações das horas mais difíceis da vida de Jesus. Na Igreja de Getsemani
foi realizada uma comovente celebração presidida pelo Custódio da Terra Santa, a qual
foi transmitida ao vivo por diversas redes católicas de televisão. Entre cantos e
leituras dos Evangelhos da Paixão, em diversos idiomas, os numerosos peregrinos relembraram
os fatos do Evangelho que narram a Vigília, a Angústia, a prisão do Redentor e a sua
oração ao Pai. E o fizeram estando presentes nos mesmos locais onde esses fatos aconteceram,
ou seja, ao lado do Horto das Oliveiras e diante da pedra testemunha do suor e sangue
de Cristo.
Após o momento de oração na Igreja de Getsemani, os fiéis percorreram
o Vale do Cedron, em procissão, e com as velas acesas até a chegada à Igreja de Gallicantu,
o lugar provável da casa de Caifás, onde Pedro renegou Jesus.
Muitos fiéis
passaram toda a noite em oração. (ED)