2011-04-22 12:48:06

Via-Sacra desta noite no Coliseu de Roma vai lembrar sofrimento das crianças. As meditações foram escritas por monja de clausura italiana


(22/4/2011) O triduo pascal prossegue nesta Sexta feira Santa aqui em Roma com duas celebrações presididas pelo Papa Bento XVI.
A partir das 17h00 celebração da “Paixão do Senhor” na basílica de São Pedro, liturgia composta pela escuta de leituras bíblicas, adoração da cruz e comunhão.
Às 21h15, Bento XVI preside no Coliseu de Roma à Via-sacra – onde se evoca espiritualmente o trajecto que Jesus realizou em Jerusalém até à sua morte e sepultura, com momentos de meditação e oração em várias etapas, chamadas estações – finda a qual profere uma alocução e concede a “Bênção Apostólica”.
A Via-Sacra desta noite, no Coliseu de Roma, vai lembrar o sofrimento das crianças, a “infância, por vezes ofendida e explorada”, e a “mentira” na sociedade de hoje.
A oração inicial desta celebração, destaca a "desordem do coração" que "desfigura a ingenuidade dos pequeninos e dos fracos".
O mesmo texto fala ainda das “várias máscaras da mentira” que "ridicularizam a verdade" e sufocam o “apelo íntimo à honestidade”, bem como de um “vazio de sentido e de valores” na educação.
A autora dos textos que vão ser lidos durante a Via-Sacra, Maria Rita Piccione, afirmou que pretende dar espaço “à voz da infância, por vezes insultada, magoada, explorada”, não só devido aos abusos sexuais, “pois o campo é muito amplo e diz respeito a toda a humanidade”.
A monja de clausura italiana referiu à Rádio Vaticano que a redacção dos textos foi inspirada pelos crentes e por “todas as pessoas”, bem como pelo “coração humano”, que descreveu “como um laboratório no qual se decidem o destino do que acontece em nível muito mais amplo”.
“As raízes dos dramas humanos estão nos nossos corações. Ter essa consciência é muito importante porque é abrir-se à consciência de uma responsabilidade e solidariedade para com tudo o que acontece no mundo”, assinalou.
A publicação com os textos a distribuir às pessoas presentes na celebração inclui imagens de Elena Manganelli, que à semelhança da autora das meditações pertence à congregação agostiniana.
No início de cada estação, assinala a apresentação da celebração, publicada pelo Vaticano, “aparece uma frase muito breve que pretende oferecer a chave de leitura da respectiva estação”.
“Idealmente podemos recebê-la como que vinda de uma criança, numa espécie de apelo à simplicidade dos pequeninos que sabem captar o coração da realidade e num espaço simbólico de acolhimento, na oração de Igreja, da voz da infância por vezes ofendida e explorada”, pode ler-se
O Papa pede todos os anos a um autor diferente para redigir as reflexões para cada uma das catorze fases da celebração, seguida por dezenas de milhares de peregrinos com velas na mão que se concentram junto ao Coliseu, na capital italiana.
Esta não é a primeira vez que as meditações são escritas por uma mulher: em 1993 foi escolhida a religiosa beneditina Anna Maria Canopi, e dois anos depois a tarefa foi confiada a Minke de Vries, monja de uma comunidade protestante suíça.
Em 2002 as meditações foram escritas por 14 jornalistas acreditados na sala de imprensa da Santa Sé, incluindo cinco mulheres.
Bento XVI vai presidir à celebração, transmitida por canais de televisão de vários países do mundo, que começa às 21h15 (hora local).








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