A PRIMEIRA MULHER NO VATICANO, UMA JUDIA CONVERTIDA
Cidade do Vaticano, 19 abr (RV) - Hermine Speier foi uma arqueóloga judia alemã
demitida pelo Instituto fotográfico de Frankfurt, na Alemanha nazista, assumida pelo
Papa Pio XI em 1934 para trabalhar no arquivo fotográfico do Museu do Vaticano.
A
personalidade desta mulher, convertida ao catolicismo, ocupou ontem uma página inteira
do “L’Osservatore Romano”, que a define como exemplo de “encontro entre humanismo
alemão, judaísmo e cristianismo” sobre o qual refletir e meditar.
Primeira
mulher leiga assumida pelo Vaticano com contrato, Speier “organizou de modo exemplar
o caos de milhares de fotos de peças de museu acumuladas durante anos” – recorda o
jornal da Santa Sé.
Em 1943, quando os nazistas perseguiram os judeus de Roma,
Speier se escondeu em uma casa de religiosas nas catacumbas de Santa Priscila. Terminada
a guerra, converteu-se ao catolicismo.
“Sua história pode ser lida de várias
maneiras e de pontos de vista diferentes: como uma página da imigração intelectual
judia da Alemanha; como um passo saliente na afirmação da presença feminina no Vaticano;
e como um momento importante na obra de ajuda e apoio da parte da Santa Sé, nas décadas
de 30 e 40, a minorias perseguidas” – comenta o “L’Osservatore”. (CM)