IGREJA DA GUATEMALA: "MATRIMÔNIO NÃO É NEGOCIÁVEL"
Cidade da Guatemala, 15 abr (RV) - A Conferência Episcopal da Guatemala publicou
um comunicado no qual reafirmou que o matrimônio não é negociável, em alusão implícita
ao divórcio do Presidente Álvaro Colom para permitir a candidatura da primeira dama
Sandra Torres. O comunicado, publicado diante da campanha política pelas eleições
presidenciais de novembro, apresenta a postura dos bispos “sobre temas que hoje preocupam
a nossa sociedade”.
Os bispos afirmam - sem mencionar o caso Colom - que “nestes
últimos dias foram suscitadas discussões em torno à instituição do matrimônio, sua
estabilidade e função na sociedade”. “Acreditamos que a instituição do matrimônio,
base da família e da sociedade, não pode ser sujeita a outros interesses. Portanto
a instituição do matrimônio, inclusive naqueles em dificuldades, tem um caráter não
negociável. Esta responsabilidade é tanto maior quando o matrimônio ou sua dissolução
é entre pessoas notáveis na sociedade de modo que suas ações podem marcar estilos
de comportamento para outros. Pedimos que a instituição do matrimônio não seja um
assunto negociável”, explicam.
Do mesmo modo, recordaram no texto de 7 de abril
que “a Igreja sustenta que a família é o fundamento da sociedade. Entre batizados,
o matrimônio válido é aquele que se realiza na Igreja e que tem caráter sacramental
e é exclusivo e indissolúvel. Entretanto, o matrimônio tem um fundamento na lei natural,
por isso a união de um homem e uma mulher para formar uma família, inclusive não alcançando
a dignidade de sacramento tem um valor natural”.
Na sexta-feira 8 de abril,
os representantes legais do casal informaram a imprensa local que a justiça da Guatemala
já sentenciou a favor do divórcio do presidente Colom, terminando o processo de separação
legal “por mútuo acordo” iniciado no dia 11 de março perante um tribunal da capital
guatemalteca.
Colom iniciou os trâmites três dias depois de que Torres anunciou
sua candidatura aos comícios de setembro com o apoio do partido governante. Com o
divórcio, o casal espera evitar o bloqueio da Constituição que proíbe que os familiares
do presidente até o quarto grau de consangüinidade e do segundo de afinidade possam
aspirar ao cargo de chefe de Estado. (SP)