2011-04-14 20:27:37

NOVO PATRIARCA DA IGREJA MARONIA: LÍBANO PERMANEÇA LUGAR DE LIBERDADE E PLURALISMO


Cidade do Vaticano, 14 abr (RV) - O Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Béchara Boutros Raï, por ocasião da audiência desta quinta-feira com o Santo Padre, deteve-se nos microfones da Rádio Vaticano – na qual esteve durante 12 anos à frente do Programa Árabe – para comentar sobre o levante popular em andamento no Norte da África e Oriente Médio, e sobre a sua repercussão no Líbano:

Dom Béchara Boutros Raï:- "Nós estamos preocupados: poderá haver conseqüências para o Líbano, porque não sabemos onde essas manifestações podem chegar. O Líbano é o lugar da liberdade de expressão, é o lugar onde todas as religiões são representadas e nenhuma religião se impõe sobre a outra; e onde há diversidade de opiniões e pluralidade de partidos políticos. Se esses regimes do mundo árabe se tornassem mais duros, seriam os cristãos desses países a terem que pagar por isso! Os cristãos seriam as primeiras vítimas..."

RV: Considerando o que está ocorrendo no Oriente Médio e no Norte da África, o senhor tem receio da perda daquele modelo de convívio que o Líbano representa, do qual falava João Paulo II?

Dom Béchara Boutros Raï:- "Não creio, porque os libaneses – todos os libaneses, muçulmanos e cristãos – não querem perder esse convívio, ninguém quer. Porém, se os cristãos continuarem emigrando em número cada vez maior, o sistema político do Líbano será condicionado também demograficamente. De fato, se o nível demográfico dos cristãos diminuir muito, então também a representatividade mudará: não haverá mais paridade, ou seja, 50-50. Talvez 75-25, ou talvez tenda a desaparecer. Mas nós esperamos poder conservar a nossa presença e manter o nosso número, inclusive demograficamente."

RV: Há algo que a Igreja possa fazer para ajudá-los?

Dom Béchara Boutros Raï:- "A Igreja Católica, mediante a Santa Sé e a sua força moral, deve trabalhar na comunidade internacional. Nós faremos o nosso trabalho internamente, entre nós, como Igrejas em nível católico-ecumênico, no diálogo inter-religioso, e faremos o possível junto aos governos locais. Todos olham para a Igreja porque todos sabem que a Igreja promove o bem comum e não tem nenhum interesse pessoal." (RL)







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