PAX CHRISTI: "DOMÍNIO MILITAR TEM PRIORIDADE SOBRE NECESSIDADES HUMANAS"

Roma/Nova York, 13 abr (RV) - O movimento católico internacional Pax Christi uniu-se ao dia mundial de ação contra as despesas militares, assinado ontem, falando em “oportunidades perdidas para um mundo mais seguro”.

Por outro lado, a Pax Christi alerta que “alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) continua a ser uma meta incerta, principalmente porque o financiamento prometido, que representa uma pequena parcela dos gastos militares globais, não se concretizou”.

Neste contexto, a organização “denuncia a priorização do domínio militar sobre as necessidades humanas e, consequentemente, exige uma reorientação dos gastos em prol do desenvolvimento sustentável”.

A Pax Christi é um movimento católico internacional para a paz, fundado na França em 1945 com o objetivo de encorajar a reconciliação e a paz no seio das nações atingidas pela II Guerra Mundial.

Ainda ontem, Sérgio Duarte, alto representante das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento, apontou que o dinheiro gasto pelos países para erradicar a pobreza, educar as crianças ou propiciar cuidados de saúde decentes é ainda apenas uma fração do que eles gastam em armamentos.

Brasileiro, diplomata de carreira, Sérgio Duarte é desde 2007 o alto representante das Nações Unidas para o desarmamento. Segundo ele, as despesas militares mundiais são estimadas hoje em mais de 1,2 trilhões de dólares em todo o mundo, com um incremento de 49% desde 2000.

“Menos de um décimo dos gastos militares anuais seriam suficientes para atingir os objetivos de desenvolvimento acordados, tirando todas as pessoas da pobreza extrema até 2015” - disse.

O Dia Mundial de Ação contra as Despesas Militares (GDAMS - Global Day of Action against Military Spending) é apresentado como “um tempo de ação para o mundo inteiro, durante o qual pessoas de muitos países se reúnem para chamar a atenção do público, dos políticos e da imprensa sobre o custo das despesas militares e a necessidade de redefinir novas prioridades”.
(CM)