BISPO QUER ESCLARECIMENTO SOBRE MASSACRE NO MÉXICO

Cidade do México, 13 abr (RV) - O Bispo de Matamoros, no nordeste do México, Dom Faustino Armendáriz Jiménez, pediu que o massacre de 116 pessoas na cidade de San Fernando (Estado de Tamaulipas), seja esclarecido rapidamente.

Os corpos foram encontrados nos últimos dias em oito fossas comuns em um rancho da localidade de La Joya, a 160 km da fronteira com o Texas, na rota de emigrantes ilegais que tentam chegar aos Estados Unidos e dos traficantes de drogas.

Em um comunicado publicado sexta-feira, Dom Faustino expressou as condolências da diocese convidou a rezar para que os responsáveis por este e outros atos “contrários à dignidade da pessoa humana que tanto ferem nossas comunidades”.

“É triste constatar como a cultura da morte sobressai nas comunidades; entretanto nós conseguimos confiando no Deus da vida e elevamos a Ele nossa oração para que realmente sejam construídos caminhos de justiça, que é um dos meios de consolo para os familiares das vítimas” - acrescentou.

A procuradora geral Marisela Morales atribuiu a autoria do massacre, em princípio, ao grupo criminoso Los Zetas. Ela precisou que um grupo de 30 especialistas está trabalhando na identificação dos corpos, encontrados desde o início de abril.

Até o momento, não foi possível estabelecer se há estrangeiros entre as vítimas, segundo o Serviço Médico Legal da cidade de Matamoros. Agências de notícias locais adiantam que haveria entre eles 4 brasileiros.

A maior parte das vítimas foi morta a tiros, mas algumas apresentam apenas contusões e fraturas, o que indica morte por espancamento.

Já em agosto passado, nas imediações de San Fernando, as autoridades mexicanas encontraram 72 corpos de emigrantes das Américas do Sul e Central, incluindo brasileiros. O massacre foi cometido pelo cartel Los Zetas, criado nos anos noventa por militares mexicanos das forças especiais que desertaram para se unir ao narcotráfico.

Entre as atividades do grupo está o sequestro de imigrantes ilegais, que são utilizados como "mulas" para levar drogas aos Estados Unidos ou são objeto de pedido de resgate.
(CM)