2011-04-10 13:37:29

PAPA: PIEDADE POPULAR É ENCONTRO COM A PALAVRA DE CRISTO


Cidade do Vaticano, 08 abr (RV) - Essa manhã, o Papa recebeu os membros e conselheiros da Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), que se reuniram nos últimos dias aqui no Vaticano, em Assembleia Plenária. Esta Comissão depende da Congregação para os Bispos, cujo Prefeito é o cardeal canadense Marc Ouellet, também Presidente da CAL.

O tema do encontro deste ano foi a “Incidência da piedade popular no processo de evangelização da América Latina”.

Na Igreja latino-americana e caribenha, a piedade popular é um importante espaço de encontro com Cristo e uma forte expressão de fé. Não pode ser considerada um aspecto secundário da vida cristã. Como dito pelo próprio Papa no Discurso de abertura da Conferência de Aparecida, em 2007, ela constitui “um precioso tesouro da Igreja católica na América Latina, que deve ser protegido, promovido, e quando necessário, purificado”.

“Para atuar a nova evangelização na América Latina – disse Bento XVI – não se pode deixar de lado a religiosidade popular. Devidamente acompanhadas, elas propiciam um frutífero encontro com Deus e a conscientização de pertença à Igreja. Deve servir também – frisou, em seguida – para evangelizar, para comunicar a fé, para aproximar os fiéis dos sacramentos, para fortalecer os laços de amizade e de união familiar e comunitária, além de incrementar a solidariedade e a prática da caridade”.

Bento XVI ressalvou, porém, que a fé é a fonte principal da piedade popular, que não se deve reduzir à simples expressão cultural de uma determinada região; mas sim e antes de tudo, estar em estreita relação com a sagrada Liturgia, que não pode ser substituída por nenhuma outra expressão religiosa.

Como exemplo de expressões vinculadas a celebrações do ano litúrgico na América Latina, Bento XVI citou os santuários dedicados à contemplação dos mistérios da infância, paixão, morte e ressurreição do Senhor, e as multidões de pessoas que os visitam para lá depor suas penas e alegrias, pedir graças e implorar o perdão por seus pecados.

“Intimamente unida a Jesus, está também a devoção dos povos latino-americanos e caribenhos a Nossa Senhora. Desde os albores da evangelização, ela acompanha os filhos deste continente e é para eles fonte inesgotável de esperança. Do mesmo modo, os santos são como estrelas luminosas que constelam os corações dos fiéis, edificando-os com seu exemplo e protegendo-os com sua intercessão” – continuou o Pontífice.

Prosseguindo seu discurso, Bento XVI lembrou que existem certas formas desviadas de religiosidade popular que, longe de estimular uma participação ativa na Igreja, criam confusão e podem favorecer a prática religiosa meramente exterior e desvinculada da fé arraigada e interiormente viva. “Neste sentido, o encontro com a divina Palavra leva à transformação profunda da vida, à identificação com o Senhor e á conscientização de que é preciso estar solidamente cimentado em Cristo” - reiterou.

Bento XVI enalteceu a prática da lectio divina em paróquias e pequenas comunidades eclesiais, pois é “nas palavras da Bíblia que a piedade popular encontra uma fonte infinita de inspiração, modelos insuperáveis de oração e fecundas propostas de diversos temas”.

Finalizando, o Pontífice lembrou aos membros da CAL a importância de continuar promovendo a Missão continental, itinerário privilegiado para levar a fé ao coração do povo, tocar-lhe os sentimentos mais profundos e se manifestar vigorosa e operante, por meio da caridade.

Do Brasil, participaram da Assembleia os Arcebispos de Aparecida, São Paulo e Mariana (MG), Card. Raymundo D. Assis, Card. Odilo P. Scherer e Dom Geraldo L. Rocha.
(CM)








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