Papa acolhe irmão do ministro paquistanês católico assassinado há um mês
Um mês atrás, a 2 de Março, foi assassinado no Paquistão, o ministro das minorias
religiosas, Shahbaz Bhatti. No final da audiência geral desta quarta-feira, o Santo
Padre acolheu um seu irmão, Paul Bhatti, vindo a Roma em companhia do bispo de Faisalabad,
D. Joseph Coutts, e pelo grande imã da Mesquita Badshahi de Lahore, Syed Muhammad
Abudl Khabior Azad, o qual pediu ao Papa para continuar o diálogo entre católicos
e muçulmanos, não obstante o assassinato do ministro Bhatti.
Recordamos que
o ministro paquistanês Shahbaz Bhatti foi atingido por 30 tiros de pistola, em Islambad,
por se opor à lei da blasfémia e por ter defendido Ásia Bibi, uma cristã condenada
com base nessa lei, por supostamente ter insultado o profeta Maomé. Seu irmão Paulo
Bhatti foi recentemente nomeado assessor especial do primeiro-ministro paquistanês,
no âmbito das minorias religiosas, com poderes executivos de um ministro.
Paul
Bahtti solicitou ao Papa que continue a “apoiar os esforços dos cristãos paquistaneses
pelo respeito dos seus direitos”. Em declarações à nossa emissora, declarou “Nosso
irmão Shahbaz tinha uma fé cristã e a fé cristã manda perdoar. Neste caso, nós, a
nossa família, decidimos perdoar, ao mesmo tempo em que desejamos saber quem são os
autores desse crime”. Segundo Paulo Bhatti, o principal problema para os cristãos
paquistaneses é hoje em dia a interpretação excessivamente restritiva que se dá à
chamada lei sobre a blasfémia. “A interpretação da lei não pode causar mais vítimas
inocentes entre os cristãos. É necessário promover um diálogo claro, franco, aberto,
mas na verdade e no respeito mútuo” – insistiu o irmão do ministro assassinato. Que
o Ocidente “faça ouvir mais sua voz para contribuir na construção de um Paquistão
verdadeiramente pacífico” – foi o voto expresso a concluir.