2011-04-07 18:18:48

TRAGÉDIA NO MAR MEDITERRÂNEO: O PESAR DO PAPA


Cidade do Vaticano, 07 abr (RV) - Foram retomadas nas primeiras horas desta quinta-feira, no Canal da Sicília, as operações de busca dos desaparecidos, mais de 250 imigrantes e refugiados que viajavam na balsa que naufragou nesta quarta-feira nas proximidades da Lampedusa, pequena ilha italiana a poucas milhas do norte da África.

A balsa afundou em águas territoriais da ilha de Malta, em meio a um mar revolto, cujas condições de navegação continuam proibitivas. Tendo partido da Líbia, a balsa transportava cerca de 300 imigrantes e refugiados somalis, bengalis, sudaneses e eritreus, dos quais somente 53 foram salvos.

Trata-se de um episódio acompanhado pelo Papa com grande pesar e preocupação. A esse propósito, eis a reflexão do Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e Diretor-Geral da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi:

Pe. Federico Lombardi:- "A tragédia da morte no mar de um grande número de imigrantes que das costas do norte da África buscam alcançar a Europa atingiu profundamente o Santo Padre, que acompanha com participação e preocupação os episódios dos imigrantes neste período dramático. O Santo Padre e toda a Igreja recordam na oração as vítimas de toda nacionalidade e condição – inclusive mulheres e crianças – que perdem a vida na terrível viagem para fugir de situações de pobreza, ou de injustiça ou de violência das quais são vítimas, em busca de proteção, acolhimento e condições de vida mais humanas. Recordamos que entre as vítimas dessas tragédias no Mediterrâneo estavam eritreus católicos que se encontravam na Líbia e participavam também da vida da comunidade católica."

Sobre essa enésima tragédia no Mediterrâneo, a Rádio Vaticano entrevistou o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò. Eis o que disse:

Dom Antonio Maria Vegliò:- "Em primeiro lugar, desejo expressar a minha profunda tristeza pelo trágico naufrágio – nesta quarta-feira – que transportava cerca de 300 pessoas, não se sabe com precisão: homens, mulheres e crianças em fuga da África. As condições proibitivas do "nosso Mar" ceifaram o sonho deles, como o de outros que atravessam essa encruzilhada do desespero. Infelizmente, a opção do transporte via maris – cujas embarcações são comumente administradas por contrabandistas e traficantes sem escrúpulos – é uma alternativa extrema ditada pela impossibilidade de utilizar outros meios, vez que há tempo os países europeus fecharam as fronteiras, introduzindo normas restritivas sobre a entrada desses pobres filhos de Deus." (RL)







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