Palermo, 07 abr (RV) - A Guarda Costeira italiana continua trabalhando hoje
para resgatar imigrantes perdidos no mar após o naufrágio de sua embarcação próximo
a Lampedusa, pequena ilha a poucas milhas do norte da África. A balsa afundou em águas
territoriais da ilha de Malta, em meio a um mar revolto.
O barco de imigrantes
e refugiados somalis, bengalis, sudaneses e eritreus, vindo da Líbia, transportava
300 pessoas e até o momento, a Guarda Costeira e pescadores sicilianos salvaram 50
das 300 pessoas que estariam a bordo. Helicópteros também localizaram vários corpos
no mar.
Sobreviventes disseram à Organização Internacional da Imigração (OII)
que conseguiram nadar até os barcos da Guarda Costeira que se aproximavam, mas vários
outros se afogaram porque não sabiam ou não conseguiram nadar. A OII informou que
entre os 300 estavam cinco crianças e 40 mulheres, das quais apenas duas sobreviveram.
Milhares
de pessoas, a maioria de Túnis, capital da Tunísia, tentam chegar à costa italiana,
fugindo das agitações políticas e da miséria e falta de oportunidades em boa parte
do continente africano.
Em Roma, o fundador da organização humanitária ‘Habeshia’,
dedicada aos refugiados africanos, lamentou que “a tragédia poderia ter sido evitada”.
O sacerdote eritreu Mussie Zerai, conhecido como Pe. Moisés, criticou duramente a
atitude da Europa, “surda”, segundo ele, diante do pedido de não bombardear a Líbia
até que os milhares de eritreus, somalis e etíopes que lá vivem há anos em campos
de refugiados das ONU sejam removidos. (CM)