Cidade do Vaticano, 05 mar (RV) - A Terra Santa “aguarda a fraternidade da
Igreja presente em todo o mundo e deseja retribuir compartilhando a experiência de
graça e de dor que marca o seu caminho”: foi o que escreveu o Prefeito da Congregação
para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, na Carta para a coleta da Sexta-feira
Santa. Sobre essa mensagem eis o que disse à Rádio Vaticano o Cardeal Sandri.
R.
- É uma mensagem antes de tudo de sensibilização, pois todos os eventos que estão
ocorrendo no Oriente Médio têm uma influência decisiva, ou consequências para os nossos
cristãos na Terra Santa. Nós pensamos, em primeiro lugar, na Terra Santa, nesses lugares
onde Jesus viveu, onde Jesus passou, e, portanto, a coleta é também apoio para esses
lugares santos, que, se encontram em Israel, Palestina e Jordânia.
Evidentemente,
porém, Líbano, Egito, onde também Jesus esteve, o Sinai, a Mesopotâmia, todo esse
ambiente bíblico do Antigo Testamento e, especialmente, é claro, de Jesus, do Novo
Testamento, é nestes dias, com todos estes acontecimentos, tocado de modo muito especial
e faz ver uma situação de insegurança para os nossos cristãos, que são as pedras vivas,
escreveu o Cardeal.
Nós defendemos os lugares santos, - continua o purpurado
- que são espaços físicos, onde Jesus passou, onde esteve a sua pessoa - como Verbo
encarnado viveu entre nós - mas há toda a questão das pedras vivas, que são cristãos
e que ali vivem. Queremos sensibilizar os nossos irmãos cristãos, para ajudem a Terra
Santa, ajudem os lugares santos e os nossos irmãos. Estamos muito felizes em saber
que aumentaram as peregrinações, que têm aumentado a presença de cristãos, que vão
em busca de Jesus, precisamente na sua terra, onde ele viveu: e essas peregrinações
são portadoras de vida espiritual para aqueles que a fazem, mas também de apoio aos
cristãos que lá vivem e para os lugares santos que são visitados por eles.
Queremos
realmente que na Igreja – destacou o Cardeal Sandri - não se apague essa luz que vem
da terra de Jesus, e não queremos que seja apenas um gesto, que esperamos seja generoso
e concreto, de ajuda para a Terra Santa: queremos também que cresça nos católicos
ocidentais, e em todos os cristãos do mundo, uma espécie de espiritualidade da Terra
Santa, que também foi evocada pelo Santo Padre. Nós, como cristãos, não podemos viver
se não inseridos em Belém, Nazaré, Jerusalém, Betânia, Emaús, isto é, em todos aqueles
lugares, onde não só fisicamente, mas espiritualmente, a nossa espiritualidade deve
refletir também essa realidade de Jesus que cresce, que reza, que faz discípulos,
que no fim morre e ressuscita em Jerusalém”. (SP)