São Salvador, 28 mar (RV) – A Igreja Católica salvadorenha convidou ontem seus
fiéis a contribuir no processo de canonização do Arcebispo Óscar Arnulfo Romero com
testemunhos de milagres ou de ajudas concedidas e difundir a devoção pessoal do bispo.
“Se abundarmos com testemunhos e orações privadas, este aspecto pode ser decisivo
para a decisão da Santa Sé” – declarou o atual Arcebispo de São Salvador, Dom José
Luis Escobar Alas, na coletiva que costuma conceder depois da Missa dos domingos.
“Estamos felizes pelos reconhecimentos públicos por parte do Presidente dos EUA, Barak
Obama, e da ONU, mas para a canonização, o que mais conta é o testemunho de fé das
pessoas que receberam graças e milagres, e estamos precisando disso” – admitiu.
O
Arcebispo aludiu à visita realizada por Obama ao túmulo de Romero no dia 22 de março,
no âmbito de sua estada em El Salvador e dois dias antes do 31º aniversário do assassinado
do bispo, e à escolha da data, pelas Nações Unidas, como Dia Internacional do Direito
à verdade.
Dom Óscar Romero foi assassinado quando celebrava a missa, em 24
de março 1980, por um atirador de elite do exército salvadorenho, treinado na Escola
das Américas.
Conhecido pelos salvadorenhos como “São Romero da América”,
é recordado por denunciar de seu púlpito as injustiças dos anos precedentes à guerra
civil vivida em El Salvador entre 1980 e 1992.
Em 1994, foi aberto o processo
de canonização de Dom Romero em San Salvador. Após superar a etapa diocesana, em 1997
chegou à Congregação para as Causas dos Santos, em Roma, que se encarrega de fazer
o estudo.
“Nesta fase, o processo é privado e deve haver um ambiente favorável
para aprofundar o tema” – explicou Dom Escobar Alas, justificando o porquê não se
conhecem os detalhes do caso. “Por isso, é preciso difundir a devoção pessoal por
Dom Romero, já que não se pode fazer culto público, não permitido pela Igreja. (CM)