BISPOS DO NORTE DA ÁFRICA DIZEM "NÃO À GUERRA" E FAZEM DELES O APELO DO PAPA
Rabat, 28 mar (RV) - "Os bispos do norte da África (Marrocos, Argélia, Tunísia
e Líbia), que se encontram diante de processos de evolução histórica que dizem respeito
aos países árabes e especialmente ao Magrebe, desejam reafirmar seu premente apelo
a fim de que para esse doloroso conflito seja encontrada uma solução justa e digna
para todos. Por isso se unem ao apelo lançado no Angelus deste domingo por
Bento XVI" – afirma um comunicado enviado à agência missionária Fides, assinado
pelo Arcebispo de Rabat, no Marrocos, e Presidente da Cerna (Conferência Episcopal
da Região do Norte da África), Dom Vincent Landel.
Os bispos da Cerna reconhecem
que nos recentes eventos que se têm verificado nos países do Magrebe há "uma reivindicação
legítima de liberdade, de justiça e de dignidade, especialmente por parte das jovens
gerações. Essa reivindicação se traduz na vontade de serem reconhecidos cidadãos responsáveis,
buscando a possibilidade de se encontrar um trabalho que lhes permita viver decentemente,
excluindo toda forma de corrupção e de clientelismo".
"Hoje – continua o comunicado
– esse vento de mudança atravessa a Líbia. E nós nos unimos de modo particular aos
nossos irmãos bispos em Trípoli e Bengasi, e a todas as populações do país."
Também
os bispos do Norte da África reafirmam a oposição à violência e à guerra: "Sabemos
que a guerra não resolve nada e, quando deflagra, é igualmente incontrolável quanto
a explosão de um reator nuclear! As primeiras vítimas são sempre os mais pobres e
os menos favorecidos".
"Ademais – continuam – queiramos ou não, a guerra no
Oriente Médio, e agora no Magrebe, será sempre interpretada como "uma cruzada". E
isso terá conseqüências inevitáveis nas relações de convivência que cristãos e muçulmanos
entrelaçaram e continuam entrelaçando no cotidiano."
Os bispos da Cerna pedem
uma mediação diplomática e lançam um apelo por uma ajuda humanitária. "Rezemos ao
Altíssimo a fim de que inspire os responsáveis pelas nações a encontrar o caminho
que conduza à Justiça e à Paz" – conclui o comunicado. (RL)