Cidade do Vaticano, 27 mar (RV) - Bento XVI pediu às organizações internacionais
e a todos que têm responsabilidades políticas e militares na situação da Líbia que
iniciem imediatamente um diálogo para suspender o uso de armas.
O pontífice
disse que estão aumentando seu temor pela segurança e integridade do povo líbio e
apreensão pelo andamento da situação, marcada pela utilização de armas.
Falando
a 50 mil peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, após a oração do Angelus, Bento
XVI alertou para as notícias cada vez mais dramáticas que chegam da Líbia, na sequência
dos combates entre defensores e opositores do regime de Muammar Kadhafi.
“Nos
momentos de maior tensão, torna-se mais urgente a exigência de recorrer a todos os
meios de que a diplomacia dispõe e apoiar até mesmo pequenos sinais de abertura e
de desejo de reconciliação entre as partes envolvidas, na busca de soluções pacíficas
e duradouras” - disse Bento XVI.
No intento de travar a repressão militar da
revolta lançada contra o regime do líder Muammar Kadafi, (no comando do país desde
a revolução de 1969), os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do
país em meados de fevereiro. Contudo, mais de um mês depois, os protestos evoluíram
para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.
Em
19 de março, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão
aérea no país e menos de 48 horas depois, começou a ofensiva da coalizão com ataques
de França, Reino Unido e Estados Unidos e apoio logístico italiano.
Depois
de pedir o regresso à concórdia na Líbia e em toda a região do norte de África, Bento
XVI revelou sua preocupação pelo prosseguimento dos conflitos no Oriente Médio:
“Meu
pensamento dirige-se às autoridades e cidadãos do Oriente Médio, onde nos últimos
dias se verificaram diversos episódios de violência, a fim de que seja privilegiado
o caminho do diálogo e da reconciliação, na busca de uma convivência justa e fraterna”.
O padre Hélio Luciano, da Arquidiocese de Florianólis, estava na Praça São
Pedro, e falou com a Rádio Vaticano sobre o apelo do papa. Ouça aqui: (CM)