2011-03-19 12:06:59

DOM VEGLIÒ VISITA A JORDÂNIA E FALA SOBRE OS MIGRANTES


Amã, 19 mar (RV) - O presidente do Pontifício Conselho da Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, se encontra em Amã, na Jordânia para uma visita dedicada aos problemas da migração: estão previstos encontros com representantes das autoridades civis e religiosas, embaixadores, com o representante do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, e com algumas Organizações não-governamentais envolvidas na assistência a imigrantes e refugiados, como Serviço Jesuíta aos Refugiados e como a Caritas.

Previstos ainda encontros com algumas famílias de refugiados do Iraque e com a comunidade paroquial iraquiana. A Jordânia, de fato, que tem cerca de seis milhões de habitantes, hospeda cerca de 500 mil refugiados iraquianos e 300 mil trabalhadores migrantes. Dom Vegliò, ontem à tarde, encontrou-se com as organizações católicas às quais falou sobre a pastoral dos refugiados.

O presidente do Pontifício Conselho da Pastoral dos Migrantes e Itinerantes lembrou que na Jordânia a maioria dos trabalhadores migrantes é proveniente do Egito, Sri Lanka e Filipinas: são pessoas que muitas vezes “vivem à mercê de seus empregadores e agências de recrutamento”, que os trouxeram ao país. “Em agosto de 2008 - afirma o prelado - a Jordânia revisou a sua legislação sobre o trabalho”, reconhecendo os direitos de determinados grupos, especialmente o dos trabalhadores domésticos. Porém - continua o prelado – “não está claro, se e em que medida estas regras foram aplicadas”. Na realidade, “os trabalhadores migrantes são ainda vulneráveis à exploração e abusos que podem ser facilmente escondidos pelos empregadores, agências de recrutamento e pelos mesmos funcionários”.

O presidente do discastério vaticano em seguida, se detém sobre a precária situação dos refugiados iraquianos “que não têm um estatuto jurídico claro”. Trata-se de dezenas de milhares de pessoas que vivem na pobreza, e que correm o risco de serem exploradas e com a perspectiva de serem forçadas a realizar um retorno “voluntário” ao Iraque. “Os homens que não conseguem trabalhar, são incapazes de sustentar as suas famílias, e assim sofrem de depressão, ansiedade e doenças crônicas”. Uma situação desumana: pessoas que vivem durante anos sem esperança de uma vida digna, feridas no íntimo por “não serem vistas como seres humanos”.

“Uma tragédia que deve tocar-nos pessoalmente, disse Dom Vegliò, que apela a um renovado compromisso de organizações católicas a apoiar material e espiritualmente os refugiados iraquianos na Jordânia. “A dignidade de cada pessoa - observa - é o ponto central da Doutrina Social da Igreja, que é a medida de cada instituição e de cada decisão”. “A Igreja - reafirma - deve levantar a sua voz para defender os direitos dos refugiados.

Dom Vegliò, finalmente, chama a atenção das organizações caritativas católicas por um risco: o fato de depender de doadores não-católicos para o financiamento de seus serviços, não pode colocar em posição de determinar as políticas de sua missão e portanto de “ questionar a sua identidade”. (SP)







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