Porto Príncipe, 18 mar (RV) - Mais de um ano depois do terremoto que causou
230 mil mortes e 300 mil feridos, mais de um milhão de pessoas ainda vivem em condições
extremamente difíceis em barracas montadas no sul do Haiti e na capital Porto Príncipe.
No aperto da emergência, acrescenta-se à difícil situação social a epidemia de cólera.
Na dramática situação a comunidade eclesial, por meio de sacerdotes, religiosos e
leigos, grupos leigos de inspiração cristã continuam a oferecer um valioso serviço,
colocando-se como ponto de referência para a população. O violento terremoto destruiu
além da quase totalidade de casas, hospitais e vários locais de culto.
Em
particular, para um bairro da capital haitiana, conhecido como a Delmas 33 – refere
o jornal vaticano L'Osservatore Romano - a construção de uma igreja está se tornando
uma prioridade. A idéia, que surgiu logo após o terremoto, está, mesmo que lentamente,
se materializando através da captação de recursos. Até agora, os fiéis da comunidade
paroquial de São Francisco se reuniram em uma tenda para a celebração da Missa dominical.
Um impulso determinante ao projeto de construção da nova igreja foi dado pelo Presidente
da Universidade de Notre Dame do Haiti, Mons. Pierre André Pierre, que agora mora
com seus pais na casa paroquial da Catedral de Nossa Senhora da Assunção,destruída
pelo terremoto.
“Vim aqui como um refugiado", disse monsenhor Pierre,
que escapou “milagrosamente” da morte junto com seus pais. “É reconfortante - disse
- que, apesar das dificuldades de todos os tipos, pessoais e sociais, se pense em
um lugar de oração para o encontro com Deus. Este é um sinal de maturidade da fé e
da profundidade de vida que testemunha a verdadeira face do renascimento de um povo.
Aqueles que sobreviveram ao terremoto do Haiti começam a reconstruir suas vidas”.
Enquanto
isso, o programa de reconstrução continua através de pré-fabricados nos subúrbios
das cidades mais atingidas do Haiti. O projeto é liderado pela Catholic Relief Services
e financiado pela US. Agency for International Development. Recentemente, Padre Massimo
Joaquim Cipriano, responsável pelas missões dos camilianos no Haiti, deu início em
Jeremie, onde atua junto com três outros voluntários, um projeto para a construção
de um novo hospital da missão. “Precisamos continuar trabalhando pelo futuro - destaca
- mesmo em uma situação tão desesperada. A partir dessas sementes da mudança e de
bem pode nascer um futuro melhor para este país tão duramente provado”. (SP)