Conselho de Segurança da ONU – deu luz verde a “todas as medidas necessárias para
proteger os civis na Libia
(18/3/2011) A França asseverou que a iniciativa militar avalizada pelas Nações Unidas
contra as forças do contestado líder líbio Muammar Khadafi vai começar “nas próximas
horas”, caso o regime de Trípoli desafie a proibição de bombardeamentos sobre civis.
Paris e várias outras capitais já anunciaram que estão prontas a participar nos raides. Em
sintonia, a Noruega chegou-se já também à frente, com o ministro da Defesa, Grete
Faremo, a confirmar a cooperação do seu país nesta operação. A Itália revelou, entretanto,
que abrirá uma base na Sicília para dar assistência a esta missão de raides aéreos
contras as forças leais a Khadafi. Igualmente, o Qatar anunciou a sua participação
nos esforços internacionais para “pôr fim ao derramamento de sangue e proteger a população
civil” face ao avanço das tropas do regime líbio sobre as cidades “libertadas” pela
rebelião. O Qatar regozijou-se com a decisão das Nações Unidas de impor uma zona de
exclusão aérea para a Líbia e aprovar ataques militares contra as forças de Khadafi. Ao
fim de vários dias de difíceis negociações, a resolução do Conselho de Segurança da
ONU – dando luz verde a “todas as medidas necessárias para proteger os civis”, com
excepção de uma invasão terrestre do território líbio – foi aprovada na noite desta
quinta feira por dez votos a favor e cinco abstenções (da Rússia, China, Alemanha,
Brasil e Índia). A NATO – que passou as últimas semanas a preparar planos de contingência
para quando a ONU aprovasse uma intervenção militar na Líbia – anunciou uma reunião
dos embaixadores dos países membros para discutir qual será a sua resposta à resolução
aprovada no Conselho de Segurança. Qualquer acção militar da NATO precisa ainda
da luz verde de entre os seus 28 Estados-membros e – além da Alemanha, que ontem se
absteve na votação da resolução da ONU – a Turquia, único membro muçulmano da Organização
do Atlântico Norte, já deixou bem claro que se opõe. Aliás, esta manhã, frisou que
deve ser encontrada uma “solução pacífica” para o conflito e instou a um imediato
cessar-fogo na Líbia; mas reconheceu também, em comunicado do gabinete do primeiro-ministro,
que a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança é “vinculativa” para todos os
países das Nações Unidas.