2011-03-18 18:47:13

CARDEAL RAVASI APRESENTA "PÁTIO DOS GENTIOS": ABATER MURO DE SEPARAÇÃO ENTRE FIÉIS E NÃO-FIÉIS


Cidade do Vaticano, 18 mar (RV) - A Igreja renova o seu compromisso de dialogar com os não-fiéis: esse é o espírito da iniciativa "O Pátio dos Gentios", dois dias de encontro e diálogo em Paris, quinta e sexta-feira da próxima semana – dias 24 e 25 do corrente.

O evento foi apresentado na manhã desta sexta-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé, pelo promotor da iniciativa, o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi.

Participaram da apresentação também o Diretor-executivo do "Pátio dos Gentios", Pe. Laurent Mazas; e o Embaixador da França junto à Santa Sé, Stanislas de Laboulaye. O purpurado respondeu também sobre a questão da sentença da Corte de Estrasburgo, na França, sobre o Crucifixo nas escolas.

Abater o muro de separação entre fiéis e não-fiéis: segundo o Cardeal Ravasi, esse é o árduo e fascinante projeto proposto com o "Pátio dos Gentios". Uma iniciativa que tem o Santo Padre como seu primeiro idealizador – ressaltou.

O Presidente do referido organismo vaticano explicou que o diálogo com os não-fiéis não quer criar nenhuma confusão, mas criar um espaço de autêntico debate:

"A intenção é que, mesmo nas identidades específicas os dois pátios – o Pátio dos Judeus e o Pátio dos Gentios – fiéis e não-fiéis, mesmo mantendo seus próprios rostos, eles se encontrem, falem, dialoguem entre si."

Em seguida, o purpurado ressaltou a grande disponibilidade de muitos ateus e não-fiéis ao debate. Uma atitude que interroga e desafia os fiéis:

"Posso dizer que realmente encontrei um grande interesse em muitas dessas pessoas, e isso torna-se também para nós um estímulo – para nós fiéis – a termos o mesmo interesse, a mesma intensidade."

O evento de Paris não será um Congresso neutro – acrescentou – mas haverá fortes testemunhos dos quais se espera que possam nascer resultados e convergências. Ademais – frisou – já hoje existem muitos terrenos de compromisso comum entre os fiéis e não-fiéis.

Em seguida, respondendo a perguntas de jornalistas sobre a sentença da Corte de Estrasburgo acerca dos Crucifixo nas escolas, o Cardeal Ravasi afirmou que a humanidade expressa a sua identidade mediante os símbolos, e isso vale seguramente também para a civilização ocidental.

Feita essa consideração, o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura acrescentou:

"Não há dúvida de que na cidade secular do Ocidente a presença cristã, como elemento fundador – embora não se tenha querido reconhecer, é um dado objetivo, material – a presença cristã é absolutamente relevante, decisiva. Em primeiro lugar, é um sinal de civilização. Mesmo se você não o reconhece do ponto de vista teológico (...) Se nós perdemos toda essa grande herança, corremos um grande risco: perdemos o nosso rosto. No diálogo, agora, com o Islã, o problema fundamental do Ocidente é que não tem rosto: não tem nenhuma identidade cultural."

Por sua vez, o Diretor-executivo do "Pátio dos Gentios", Pe. Mazas, ilustrou os momentos fortes do evento parisiense, que se articulará em três colóquios em três lugares símbolólicos do espaço laico: a Unesco, a Sorbona e o Instituto da França.

Os encontros se concluirão com uma mesa-redonda no Colégio dos Bernardinos. Por fim, o momento alto, aberto a toda a sociedade civil, será a festa no patamar da Catedral de Notre Dame de Paris, dia 25 do corrente.

Durante o evento da noite, o Papa se dirigirá aos presentes mediante uma videomensagem. O Embaixador da França junto à Santa Sé, de Laboulaye, ressaltou os sentimentos com os quais os franceses aguardam esse evento:

"A França sente-se feliz e honrada por ter sido escolhida para acolher a primeira manifestação internacional do "Pátio dos Gentios". O tema do diálogo entre a Igreja e os representantes do mundo intelectual e cultural sobre os problemas fundamentais é sempre fonte de enriquecimentos." (RL)







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