Bangalore, 17 mar (RV) - Para garantir um desenvolvimento verdadeiramente sustentável,
solidário, seguro e respeitoso da humanidade e da Criação, a Índia deve abandonar
a idéia de depender das usinas nucleares para produção de energia. Foi o que disse
num comunicado enviado à Agência Fides Pe. Ambrose Pinto, SJ, jesuíta estudioso, diretor
prestigioso do Instituto São José em Bangalore, na Índia, e comprometido com o India
Social dos Jesuítas em Nova Délhi.
O jesuíta falou um dia depois do desastre
japonês, levantando a questão da energia nuclear na Índia e pedindo "um movimento
social de massa" para levar o assunto para a agenda do Governo: "Vamos nos unir para
dizer ao Governo que não nos sentimos seguros com o programa nuclear da Índia". Na
índia funcionam 20 reatores nucleares em seis centrais, e outras cinco centrais estão
em construção, para o fornecimento de eletricidade. Depois da tragédia do Japão, organizações
da sociedade civil estão procurando impedir a construção da central em Jaitapur no
Estado de Maharashtra. A partir da experiência japonesa, Pe. Ambrose Pinto ressalta
que “as centrais nucleares não podem resistir a terremotos e a outros desastres naturais.
Não obstante os progressos possíveis, não podemos dominar a natureza: é ela
que dita as regras. Os terremotos e o tsunamis vão além do controle humano. A dramática
situação no Japão nos recorda que a energia nuclear supera os limites da tutela da
humanidade” e leva à exposição da população à radioatividade na atmosfera e nas águas.
"É preciso um movimento de massa para levar novamente a questão à atenção das autoridades,
para a salvaguarda da nação indiana”. Pe. Pinto se diz favorável ao incremento das
energias solar, nuclear e eólica. (BR)