Cidade do Vaticano, 15 mar (RV) - Que gestos podemos fazer, na prática, para
que a água e a distribuição dos recursos hídricos sejam acessíveis a todos os seres
humanos?
É o teor da campanha “Sete semanas pela água: água, conflito, justiça
e paz” (Seven weeks for water: water, conflict and just peace), promovida pela Rede
Ecumênica pela Água, organismo que representa comunidades cristãs e ONGs, coordenada
pelo Conselho Ecumênico das Igrejas. A iniciativa coincide com o período da Quaresma.
“Tradicionalmente, o tempo que precede à Paixão - explica a responsável da rede, Maike
Gorsboth – se destina à reflexão sobre o que é necessário para a vida. Por este motivo,
promovemos a quarta edição das “Sete Semanas pela Água”, à luz do encontro ecumênico
internacional pela paz a se realizar em maio na capital jamaicana, Kingston. Por sete
semanas, encorajaremos os fiéis a se engajarem como promotores destes direitos em
todas as sedes internacionais”.
A primeira semana foi dedicada ao tema “terra
e água”. De agora até o dia 24 de abril, serão debatidas questões como os conflitos
ligados ao livre uso dos recursos hídricos e energéticos, de modo especial no Oriente
Médio. Sete dias de reflexões serão dedicados às mulheres e à violência.
Segundo
estimativas, mais de 900 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à exploração dos
recursos hídricos, e isto se deve à escassez de recursos e à exploração sem regras.
Entre
as principais causas de mal-estar social e confrontos, está o uso da água – e de outros
recursos naturais - feito de maneira insustentável, além do aumento da tendência de
dar a empresas privadas a licença para explorarem e administrarem os recursos naturais
de um país, que pertencem ao povo.
De acordo com a Rede Ecumênica, é cada
vez mais evidente que a água está sendo considerada antes um bem comercial que um
recurso de todos e, portanto, é cada vez mais freqüente que, onde foram feitos projetos
de privatização, o acesso à água fique cada vez mais escasso para os mais pobres.
(CM/ED)