JAPÃO VIVE PESADELO DE POSSÍVEL CATÁSTROFE NUCLEAR
Cidade do Vaticano, 15 mar (RV) A usina nuclear de Fukushima Daiichi tornou-se
o maior perigo imediato enfrentado pelo governo japonês após o terremoto e tsunami.
No edifício do reator nuclear número 1, num total de quatro, foram registradas explosões
no sábado, porém as autoridades japonesas confirmaram que o reator permaneceu intacto.
Nesta segunda-feira, novas imagens revelaram que um incêndio destruiu parte do edifício
do reator número 4. Nesta terça-feira, uma nova explosão. Mas o que exatamente deve
ser feito para evitar a fusão dos núcleos que contêm o material radioativo? Luciano
Maiani, em entrevista à Rádio Vaticano direto do Centro Nacional de Pesquisas da Itália,
explica.
"Estamos observando a necessidade de resfriar as barras de urânio
que geram muito calor devido à presença de substâncias radioativas dentro das cápsulas
e por isso precisam ser constantemente resfriadas. Naturalmente, somente quando essa
história chegar ao final é que poderemos tirar as conclusões sobre esse incidente
que, por enquanto, é bem diferente de Chernobyl, onde o núcleo fundiu-se extensivamente
e o material radioativo foi exposto ao ar.
O premiê Naoto Kan, em pronunciamento
à nação, recomendou que aqueles que vivem entre 20 e 30 quilômetros da usina Fukushima
Daiichi não saiam de casa. Segundo o governo, recentes medições relevaram que os níveis
de radiação aumentaram, inclusive mais ao Sul, chegando à Tóquio. Da capital japonesa,
o jornalista italiano Stefano Vecchia relatou a Rádio Vaticano como a população está
enfrentando este momento dramático.
"Evidentemente com preocupação. Principalmente
com a necessidade de se ter que esperar. Os japoneses estão grudados em frente aos
televisores, onde isso é possível e ao mesmo tempo procuram economizar energia elétrica
como pediu o governo. Na noite passada foi a primeira vez que a cidade, habitualmente
bem iluminada, ficou na penumbra". A Caritas Itália colocou 100 mil euros à disposição
da Caritas Japão, e da arquidiocese de Seul. O núncio apostólico no Japão, Dom Alberto
Bottari de Castello conversou com a Rádio Vaticana, também a partir de Tóquio.
"Estamos
muito preocupados. Primeiro, porque estamos vendo as imagens dos nossos irmãos que
estão mais ao Norte. Conseguimos conversar com o Bispo de Sendai que ainda está isolado.
As comunicações aqui na capital ainda são ocasionais. Com isso, todos nós estamos
participando um pouco dessa grave situação". (RB)