2011-03-13 09:43:39

«Jesus de Nazaré»: Cristãos devem afastar «alienação». A ausência de Deus é o «problema essencial» de toda a história, diz Bento XVI


(13/3/2011) O novo livro de Bento XVI assinala que a missão dos cristãos passa por “conduzir o «mundo» para fora da alienação em que vive o homem relativamente a Deus e a si próprio”.
Numa passagem do quarto capítulo da obra «Jesus de Nazaré. Da Entrada em Jerusalém até à Ressurreição», publicada no passado dia 10 de Março, Joseph Ratzinger afasta a interpretação dada ao termo “alienação” por Karl Marx e diz que “o facto de os homens não estarem reconciliados com Deus, com o Deus silencioso, misterioso, aparentemente ausente e todavia omnipresente, constitui o problema essencial de toda a história do mundo”.
Aos discípulos de Jesus, acrescenta, compete fazer com que “o mundo volte a ser de Deus, e o homem, unido a Deus, volte a ser totalmente ele próprio”.
Segundo o Papa, “o universo foi criado não para que existam muitos astros e tantas outras coisas, mas para que haja um espaço para a «aliança», para o «sim» do amor entre Deus e o homem que Lhe responde”.
“O cristão não acredita numa multiplicidade de coisas; no fundo, crê simplesmente em Deus, crê que existe somente um único e verdadeiro Deus”, declara.
Bento XVI aborda, nesta passagem do segundo volume de «Jesus de Nazaré» a questão da «Vida eterna», que apresenta como “a vida no sentido mais próprio e verdadeiro, a qual pode ser vivida mesmo neste tempo e contra a qual, depois, já nada pode fazer a morte física”.
“É isto que interessa: abraçar desde já «a vida», a vida verdadeira, que já não pode ser destruída por nada nem por ninguém”, propõe.
“O homem encontra a vida quando se une Àquele que é em Si mesmo a vida. Então, nele, muitas coisas podem ser destruídas; a morte pode tirá-lo da biosfera, mas a vida que a transcende, a vida verdadeira, permanece”, acrescenta Joseph Ratzinger.
O actual Papa lembra que os primeiros cristãos se chamaram “simplesmente «os viventes»”, considerando que “tinham encontrado aquilo que todos procuram: a própria vida, a vida plena e, por isso, indestrutível”.
Bento XVI apresenta a mudança realizada por Jesus em relação aos ritos judaicos da expiação do mundo: “Se podemos dizer que, no Antigo Testamento, a imanência de Deus se dava na dimensão da palavra e da observância litúrgica, agora esta imanência tornou-se ontológica: em Jesus, Deus fez - Se homem”.








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