D. José Policarpo apresentou novo livro do Papa em Lisboa afirmando que o mesmo apresenta
uma “figura apaixonante”.
(12/3/2011) O cardeal-patriarca de Lisboa apresentou esta sexta feira em Lisboa
o novo volume da obra de Bento XVI sobre «Jesus de Nazaré», afirmando que o mesmo
apresenta uma “figura apaixonante”. Falando na igreja do Sagrado Coração de Jesus,
na apresentação da obra «Jesus de Nazaré. Da Entrada em Jerusalém até à Ressurreição»,
D. José Policarpo disse que este livro sublinha a “convicção de que só na Igreja se
encontra o Jesus real”. “Os capítulos finais sobre a ressurreição, a ascensão e
a vinda gloriosa do ressuscitado, são decisivos para o objectivo que o autor se propôs:
levar os cristãos a reconhecerem e a encontrarem-se com o Cristo real, o Cristo histórico,
o Cristo da nossa fé e da nossa esperança”, indicou. Segundo o patriarca de Lisboa,
Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI, “faz questão em recordar, várias vezes, que o cristianismo
não é, apenas, uma nova moral, mas é uma vida nova, que toca no ser ontológico do
homem e o introduz na vida autêntica e definitiva”. “Uma obra, como esta, significa
o apogeu da teologia e da sua importância na vida da Igreja e na caminhada da fé de
cada crente”, prosseguiu. «Jesus de Nazaré. Da Entrada em Jerusalém até à Ressurreição»
desenrola-se em nove capítulos, mostrando, segundo o Papa, as palavras e acontecimentos
decisivos da vida de Cristo. Segundo o cardeal José Policarpo, a obra ajuda a “repensar
a hermenêutica bíblica, ou seja, o método e a arte para ler e interpretar a Sagrada
Escritura”. Citando vários excertos do livro, este responsável assinalou que “na
sua ressurreição, o Homem Jesus, que é Filho de Deus, não vai para nenhum lugar, mas
para Deus, que não ocupa espaços”. Na apresentação, o cardeal-patriarca destacou
que a “unidade entre os dois Testamentos leva o autor a apontar a dignidade de Israel,
o Povo do Antigo Testamento”. Bento XVI, acrescentou, “quer mitigar a ideia da
condenação de Israel”: “Já na subida para Jerusalém, a multidão que acompanha Jesus
são peregrinos que se juntam a Ele, que fazem a sua aclamação messiânica e não se
confundem com a população da cidade”. “Esta não se confunde com a multidão que
prefere Barrabás e pede a condenação de Jesus”, acrescentou. Ao longo da obra,
referiu o cardeal lisboeta, o leitor mergulha na “densidade dramática, vivida por
Jesus, ao assumir na sua experiência o drama do mal e do pecado, para pôr o homem,
apesar disso, no caminho de Deus”. “É impressionante, neste livro, a amplitude
da Eucaristia, que é mais do que um rito, mas é expressão do «novo culto», dos que
podem, em Cristo, adorar a Deus em espírito e verdade”, disse ainda. Em conclusão,
D. José Policarpo deixou um voto particular: “Oxalá a leitura deste livro ajude as
mulheres da nossa Igreja diocesana a continuarem, na ousadia do seu amor, a abrir
a porta ao Senhor ressuscitado para que Ele esteja sempre connosco e habite na sua
Igreja”.