OIM RETIRA 349 REFUGIADOS DA LÍBIA, MILHARES RESTAM EM SITUAÇÃO PRECÁRIA
Roma, 11 mar (RV) – A crise na Líbia chega à Europa junto com os refugiados.
Na Itália, na pequena ilha de Lampedusa, muitas embarcações já chegaram trazendo os
migrantes. No final de semana passado, teve-se a informação de que mil teriam desembarcado
ali. Oficialmente, a Itália aceitou abrigar 53 refugiados, de um grupo de 349 que
a Organização Internacional para Migrações, OIM, evacuou, nesta quinta-feira, da Líbia.
O grupo inclui nigerianos, malineses, camaroneses e cidadãos da Guiné Equatorial.
A
Líbia tornou-se especialmente perigosa para os africanos sub-saarianos, pois estes
são automaticamente associados aos mercenários contratados pelo governo de Muanmar
Kadafi para controlar violentamente os manifestantes.
O Alto Comissariado
da ONU para Refugiados, Acnur, afirmou que está encontrando dificuldades para ajudar
a retirar refugiados da Líbia. Pelos dadoS oficiais da agência, desde o início dos
protestos, mais de 212 mil pessoas abandonaram a Líbia.
O vigário apostólico
de Trípoli, capital da Líbia, Mons. Giovanni Innocenzo Martinelli, disse que a comunidade
católica no país está muito reduzida, já que a maioria dos fiéis estrangeiros, principalmente
os europeus, partiu. A maioria dos que ainda estão lá são de nacionalidade africana
e filipina, dos quais, grande parte, são enfermeiros. As celebrações estão prejudicadas,
pois as ruas estão perigosas e muitos têm medo de deslocar-se às igrejas.
O
sacerdote conta que muitos africanos estão vivendo lá em situação de precariedade,
porque não encontram apoio das entidades internacionais que podem dar-lhes documentos
para deixar o país. “Não somos o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados”, disse
ele. “O máximo que podemos fazer é registrar essas pessoas para facilitar um eventual
reconhecimento da sua situação”, explicou.
Sobre o clima que se vive na cidade,
Mons. Martinelli afirmou que se vive em um silêncio absoluto, com as pessoas fechadas
em casa por medo. (ED)