2011-03-11 16:19:34

Donativos dos católicos portugueses, nesta Quaresma, canalizados para fundos de apoio social. Verbas vão financiar ainda igrejas africanas lusófonas e construção de edifícios religiosos


(11/3/2011) Mais de uma dezena de dioceses católicas portuguesas vão canalizar para fundos e instituições nacionais de apoio social as verbas da renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano.
As dioceses do Algarve, Angra, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria-Fátima, Portalegre Castelo-Branco, Porto, Santarém e Vila Real destinam todas as quantias obtidas para o auxílio aos mais carenciados em Portugal, enquanto que Beja, Braga, Setúbal e Viana do Castelo repartem aquela finalidade com outros objectivos.
Os montantes vão ser confiados ao Fundo Social Solidário, constituído em 2010 pela Conferência Episcopal Portuguesa, e ainda a estruturas análogas geridas pelas dioceses, assim como à Caritas, entidades que administram as verbas de acordo com os pedidos de auxílio de vária ordem que vierem a receber.
Nalguns casos, o bispo diocesano, a quem cabe decidir o destino das renúncias quaresmais, indicou finalidades específicas para as mesmas, como sucede em Coimbra, onde parte das verbas vai ser dirigida a pessoas que não conseguem pagar receitas médicas e a agregados familiares com desempregados que perderam os abonos de família.
Na diocese de Santarém, uma parcela será encaminhada para as vítimas do tornado que afectou os concelhos de Tomar e Ferreira do Zêzere em Dezembro de 2010, e em Setúbal parte das verbas vai ajudar jovens carenciados a participar nas Jornadas Mundiais da Juventude, agendadas para Agosto, em Madrid.
A solidariedade com países africanos lusófonos também está presente em algumas das renúncias quaresmais das 20 dioceses territoriais portuguesas: Aveiro e Beja financiam São Tomé e Príncipe e Braga apoia Luena (Angola).
Por seu lado, Setúbal vai ceder uma “pequena parte” das verbas ao serviço social de uma congregação religiosa feminina que actua em Maputo, capital de Moçambique, e Viseu oferece a totalidade da quantia a padres e religiosas naturais da diocese que se encontram em missão no estrangeiro.
Em Lisboa, uma parcela da renúncia quaresmal vai para o Mindelo, depois de o padre Ildo Fortes, pertencente ao clero do patriarcado, ter sido recentemente nomeado bispo daquela diocese cabo-verdiana, enquanto que a restante verba se destina a “necessidades particularmente gritantes” da Igreja lisboeta.
Entre os objectivos das renúncias quaresmais encontra-se o financiamento de edifícios, como sucede em Aveiro, que dedica uma percentagem à construção da casa sacerdotal que vai acolher os padres mais idosos e doentes.
As obras da catedral vão receber a totalidade dos montantes recolhidos na diocese de Bragança-Miranda, e em Viana do Castelo parte da quantia será destinada a comunidades que estejam envolvidas na construção de igrejas.
A diocese de Lamego vai revelar proximamente o destino da renúncia quaresmal, e no Funchal a decisão será anunciada a partir de 23 de Março.








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