2011-03-10 16:22:58

Bispo do Porto denuncia contradições entre «princípios geralmente aceites» e a sua concretização prática


(10/3/2011) D. Manuel Clemente, questionou quarta-feira a contradição entre “princípios geralmente aceites” e a sua concretização em domínios como a vida humana, família, emprego, solidariedade e manifestação pública da liberdade religiosa.
A incoerência face às convicções pessoais tem resultado na aceitação de “expedientes” que, “não tendo assegurado no passado” a sua viabilidade, também não “resolverão o futuro”, afirmou o prelado durante a missa na catedral portuense.
“Adiaremos ainda mais o futuro quanto menos respeitarmos o presente, ou seja, a realidade actual do que somos e devemos ser”, acentuou o responsável da Igreja católica portuguesa pela cultura, bens culturais e comunicações sociais na celebração que marcou o início da Quaresma.
Ao concluir “necessariamente” pela “absoluta arbitrariedade e incoerência de depreciar qualquer fase da vida – embrionária ou intra-uterina, debilitada ou terminal que seja –, não devemos corrigir tudo quanto a desrespeite no seu todo, mesmo que legal e abusivamente permitido?”, perguntou o prelado.
Na homilia intitulada ‘Uma Quaresma para levarmos especialmente a sério!’, o Bispo do Porto sugeriu que a promoção da “sociabilidade básica” implica a protecção das famílias, “dando-lhes toda a viabilidade na respectiva constituição e manutenção intergeracional, como valor social, cultural e até económico de primeira ordem”.
Referindo-se à influência do Estado na acção social, Manuel Clemente sugeriu que uma “sociedade de cidadãos, com responsabilidade e participação alargadas”, requer “que cada instância política e administrativa não esgote em si, antes promova, tudo quanto os corpos intermédios, das famílias às escolas, da beneficência às empresas, das autarquias às diversas associações, possam fazer por si próprias”.
Por seu lado, a protecção à “dimensão espiritual de cada pessoa, pela qual se transcende e responde a interpelações definitivas”, reclamaria “reconhecer e habilitar a liberdade religiosa em que tal espiritualidade também se desenvolve e compartilha, inclusive nos sinais que publicamente manifeste”.








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