SANTA SÉ: LIVRE COMÉRCIO PODE SER ORIENTADO PARA BEM COMUM

Nova Iorque, 09 mar (RV) - Políticas e programas estruturados para cumprir o objetivo de uma economia verde "no contexto do desenvolvimento sustentável e da eliminação da pobreza" não devem esquecer que a finalidade do desenvolvimento é promover o crescimento humano integral: foi o que disse na tarde desta terça-feira, nas Nações Unidas, o professor de economia da Universidade St. John's, Charles Clark, falando em nome da delegação da Santa Sé que participa do segundo Comitê Preparatório da Comissão sobre Desenvolvimento Sustentável (CDS).

No seu discurso, o prof. Clark voltou a propor aos participantes do Comitê as convicções de Bento XVI no campo do desenvolvimento sustentável e da chamada economia verde. Um crescimento econômico guiado pelos mercados ou pelos Estados, afirmou com clareza, “não necessariamente promove um tipo de desenvolvimento que é digno do ser humano”. “De um lado, estigmatizou o representante do Vaticano, nos afirmam que são “o interesse e a cobiça” a mover o comportamento humano, e que o "livre comércio é tudo aquilo que serve para “mudar o vício privado em virtude pública”. Por outro lado, disse ainda ele, falam que a natureza humana “é o que a sociedade realiza”, em uma estratégia de desenvolvimento” baseada nas instituições, com “a esperança” de que o direito “será suficiente para promover o desenvolvimento”. Cada uma dessas duas visões, afirmou o prof. Clark, “contém uma parte de verdade”: os seres humanos muitas vezes são guiados por interesses pessoais, mas tanto os mercados quanto as políticas de governo possuem “o potencial para promover o bem comum”.

A promoção do desenvolvimento econômico “não deve se realizar às custas dos pobres e dos marginalizados ou das futuras gerações”. A economia, segundo ele, “exige uma formação moral objetiva, a fim de funcionar adequadamente”. A segunda rodada de reuniões preparatórias, das quais participa a Santa Sé, terá como tema a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que se realizará no próximo ano, entre os dias 4 e 6 de junho, no Rio de Janeiro, 20 anos após a reunião de cúpula RIO-92. Dois os temas principais: a economia verde em um contexto de erradicação da pobreza e do desenvolvimento sustentável e um quadro institucional para o desenvolvimento sustentável. (BR)