2011-03-08 13:31:12

LÍBIA: CARITAS PEDE AJUDA PARA OS MIGRANTES


Trípoli, 08 mar (RV) - “Precisamos de ajuda financeira para atender às necessidades de milhares de refugiados africanos que continuam em Trípoli”: este o apelo, lançado ontem através da agência Sir, pelo Padre Alan Arcebuche, diretor da Caritas Líbia, que em Trípoli administra um centro para os migrantes, e assiste em particular os refugiados da Eritréia, Etiópia, Somália e de outros países da África subsaariana, que não podem sair da Líbia porque perseguidos na sua terra natal.

Nos últimos dias, o Vigário Apostólico de Trípoli, Dom Giovanni Martinelli, pediu aos países europeus para retirá-los do país, mas até agora não chegaram ajudas concretas. A Caritas deve agora suprir as necessidades de “400 eritreus, 200 etíopes, e 200 somalis: eles sofrem muito, não podem sair de casa, não têm mais comida. Existem também 600 africanos subsaarianos, que porém podem tentar chegar à fronteira com a Tunísia. Além disso, outros 400 africanos subsaarianos, nigerianos e ganenses se encontram em dificuldade pelos mesmos motivos”.

A falta de recursos para a assistência é devido ao aumento exorbitante do preço dos alimentos: “A comida existe – disse Padre Arcebuche - mas os preços aumentaram cerca de 200-300%. Também o arroz, que custava 8 / 10 dinares agora custa 25/30. Encontrar alimentos e água é difícil também para os líbios”.

Padre Archebuche confirma ter ouvido nas últimas horas disparos “em toda a cidade e gritos de alegria, como se estivessem comemorando uma vitória. Trípoli está sob o controle do governo”.

Segundo informações recebidas, “há cerca de trinta feridos nos hospitais da área de al-Zawiya, 45 km de Tripoli, mas não sabemos quantas pessoas morreram”. “Até agora, a comunidade cristã não foi envolvida no conflito – destaca o sacerdote -, mas foi atingida pelos efeitos indiretos da guerra, como o aumento dos preços ou a incapacidade de deixar a cidade”.

Entre as religiosas presentes no país, informa, “uma dezena de irmãs pertencentes a duas comunidades deixaram a área em que atuavam após dois dias de violentos combates. A decisão foi tomada por seus superiores. Em Trípoli, restam quatro comunidades religiosas, com cerca 20 irmãs. Cerca de 3.000 filipinos, principalmente as mulheres que trabalham como enfermeiros nos hospitais, ainda estão na Líbia. Decidiram continuar para ajudar os feridos, e não renunciar à sua missão”.

Padre Arcebuche não sabe dizer se haverá ou não um pós-Kadafi, “porque as forças do governo são muito fortes, seja em Trípoli, seja em outros lugares”. Para o futuro dos líbios faz votos de uma “possível reconciliação e paz. Mas ainda há uma potencial instabilidade política em toda a Líbia”. (SP)







All the contents on this site are copyrighted ©.