Islamabad, 07 mar (RV) - Concluíram-se no último domingo, no Paquistão, os
três dias de luto proclamados para recordar o ministro para as minorias religiosas,
Shahbaz Bhatti, assassinado no último dia 2, em Islamabad.
Em mais de quinhentas
Igrejas paquistanesas foram celebradas missas e vigílias de oração pelo ministro católico,
neste domingo. Junto com as orações, foram também realizadas manifestações pacíficas
que contaram com a participação de 4 mil pessoas que marcharam também, no último domingo,
no sul do Estado de Punjab, pedindo justiça pelo assassinato de Bhatti.
Segundo
a "Comissão Justiça e Paz" dos bispos paquistaneses, será realizada, em Karachi, no
próximo dia 18, uma manifestação especial junto com os líderes religiosos e políticos,
promovida pela rede "Cidadãos para a Democracia".
A sociedade civil paquistanesa
está organizando uma "Caravana para Shahbaz", em que ativistas de direitos humanos
e cristãos irão às maiores cidades do Paquistão para sensibilizar sobre os direitos
das minorias religiosas.
"Hoje, infelizmente, não nos sentimos seguros em
nosso próprio país. Se mataram um ministro, o que poderá acontecer conosco?" – comentou
entristecido o diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias no Paquistão, Pe.
Mário Rodriguez.
"Depois da morte do ministro Bhatti, é nossa tarefa continuar
rezando, tendo fé e esperança, prosseguindo na campanha de conscientização do povo
paquistanês, sempre de maneira pacífica. E isso, nós faremos durante toda a Quaresma
e na Páscoa, com coragem e com fé, no respeito pela memória de Bhatti" – frisou o
sacerdote.
Pe. Rodriguez ressaltou que juntamente com os assassinos, advogados
e jornalistas, políticos e líderes religiosos radicais islâmicos são também responsáveis
pela morte de Bhatti, "porque glorificaram os fundamentalistas e os assassinos, e
contribuíram para propagar um clima de ódio e intolerância na sociedade paquistanesa".
(MJ)