2011-03-07 18:09:13

PAPA PEDE QUE REDESCUBRAMOS, NESTA QUARESMA, A BELEZA DE DEUS: REFLEXÃO DO ARCEBISPO FORTE


Cidade do Vaticano, 07 mar (RV) - A Igreja prepara-se para viver o tempo forte da Quaresma. De fato, na tarde da próxima quarta-feira, na Basílica romana de Santa Sabina, o Papa celebrará a missa com o tradicional rito da bênção e imposição das Cinzas. Sobre a Mensagem de Bento XVI para a Quaresma, centralizada no tema "Sepultados com Ele no Batismo, foi também com Ele que ressuscitastes" (Col 2, 12), a Rádio Vaticano pediu uma reflexão ao Arcebispo de Chieti-Vasto – localizada na região italiana dos Abruços – Dom Bruno Forte. Eis o que disse:

Dom Bruno Forte: -"O Papa faz-se realmente mistagogo: o mistagogo, na Igreja antiga, é o pastor, o bispo que nos leva a descobrir a beleza de Deus mediante a graça dos Sacramentos, em que essa beleza nos é comunicada. Na mensagem para esta Quaresma de 2011 o Papa nos apresenta o Sacramento do Batismo, e o faz em sua realidade mais profunda e dinâmica, que é a de uma participação na Páscoa de Cristo: "Sepultados com Ele no Batismo, foi também com Ele que ressuscitastes". Toda a vida cristã é uma vida pascal e é uma vida batismal. Recordar o nosso Batismo não é uma operação de "arqueologia espiritual"; na realidade se trata de atualizar novamente o encontro com o Senhor Jesus, que é o segredo e a beleza da nossa vida."

P. Há uma passagem muito bonita na mensagem: "O nosso imergir-nos na morte e ressurreição de Cristo através do Sacramento do Batismo, estimula-nos todos os dias a libertar o nosso coração das coisas materiais, de um vínculo egoísta com a «terra»". Isso é importante para viver bem também a Páscoa?

Dom Bruno Forte:- "Sim, mesmo porque o Papa lê – numa perspectiva nem moralista nem ascética – os três grandes caminhos do compromisso quaresmal: exatamente o jejum, a oração e a esmola. Precisamente em relação à esmola – por exemplo – ele faz entender como esse despojar-se do supérfluo, esse tornar-nos disponíveis às necessidades dos outros – e são muitos os necessitados, neste momento de dificuldade e de crises na aldeia global e inclusive em nossa Itália – é uma participação no despojamento de Cristo, na sua morte e na sua Ressurreição e, portanto, um assemelhar-se a Ele."

P. Subjacente à tentação – observa o Pontífice – encontra-se o diabo, "que é ativo e não se cansa, nem sequer hoje, de tentar o homem que deseja aproximar-se do Senhor"...

Dom Bruno Forte:- "O Papa é extremamente realista. O diabo é uma presença e para quem conhece as Escrituras é até mesmo evidente que a despedida do diabo, da qual algum exegeta quis falar nos anos setenta, era uma operação racionalista e absolutamente distante da fé da Igreja e do testemunho bíblico, onde – aliás – nos é apresentada a luta de Jesus com o demônio e a vitória de Cristo sobre Satanás como Boa Nova. O que isso quer dizer? Quer dizer que há um mistério do mal e de mal radical que age neste mundo, certamente subordinado ao primado e à soberania de Deus. Esse mistério na tradição bíblica e na fé da Igreja assume também uma configuração pessoal, na figura, exatamente, de Satanás, do adversário, do maligno que busca separar-nos de Deus, como diz seu próprio nome: "diabo" é aquele que separa, que divide. Ora, a ilusão da inexistência do demônio torna-nos absolutamente indefesos diante dele, e como dizia André Gide: "A astúcia mais sutil do demônio é fazer crer que não exista"." (RL)







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