PAPA RECORDA MINISTRO PAQUISTANÊS ASSASSINADO E LANÇA APELO EM FAVOR DAS POPULAÇÕES LÍBIAS

Cidade do Vaticano, 06 mar (RV) - No Angelus deste domingo, numa Praça São Pedro lotada de fiéis, peregrinos e turistas, o Santo Padre recordou com palavras comovidas o Ministro paquistanês Shahbaz Bhatti, assassinado quarta-feira passada por um comando de fundamentalistas islâmicos.

Bento XVI fez votos de que a morte do Ministro desperte nas consciências o compromisso de tutelar a liberdade religiosa. Em seguida, o pensamento do Papa dirigiu-se à Líbia, martirizada pelos confrontos armados, assegurando a sua oração e proximidade à população. Antes dos apelos, o Pontífice se detivera sobre a centralidade da Palavra de Deus.

Bento XVI se faz próximo àqueles, cristãos e não-cristãos, que sofrem por causa da violência. Na oração mariana, o Papa afirmou aos presentes que acompanha "continuamente e com grande apreensão as tensões" que nestes dias se registram em diversos países da África e da Ásia. Em seguida, dirigiu seu pensamento ao Ministro paquistanês católico Bhatti, assassinado porque se opunha à lei sobre a blasfêmia:

"Peço ao Senhor Jesus que o comovente sacrifício da vida do Ministro paquistanês Shahbaz Bhatti desperte nas consciências a coragem e o compromisso a tutelar a liberdade religiosa de todos os homens e, de tal modo, a promover a sua igual dignidade."

Em seguida, Bento XVI expressou atenção e proximidade diante dos sofrimentos que a população líbia está vivendo nestes dias:

"Ademais, o meu veemente pensamento dirige-se à Líbia, onde os recentes confrontos provocaram numerosas mortes e uma crescente crise humanitária. A todas as vítimas e àqueles que se encontram em situações angustiante asseguro a minha oração e a minha proximidade, ao tempo em que invoco a assistência e socorro para as populações atingidas."

Antes das palavras sobre o Ministro Bhatti e sobre a situação na Líbia, o Papa comentara o Evangelho dominical centralizado na parábola das duas casas, uma construída na rocha e a outra na areia:

"Em todo tempo e lugar, quem tem a graça de conhecer Jesus, especialmente mediante a leitura do santo Evangelho, fica fascinado, reconhecendo que em sua pregação, em seus gestos, em sua Pessoa, Ele revela-nos o verdadeiro rosto de Deus e, ao mesmo tempo, revela-nos a nós mesmos, faz-nos sentir a alegria de sermos filhos do Pai que está nos céus, indicando-nos a base sólida sobre a qual edificar a nossa vida."

Mas muitas vezes – observou Bento XVI – "o homem não constrói o seu agir, a sua existência, sobre essa identidade, e prefere as areias das ideologias, do poder, do sucesso e do dinheiro". E o faz – ressaltou – pensando encontrar neles estabilidade e a resposta à insuprível necessidade de felicidade e de plenitude que carrega em seu ser":

"E nós, em que queremos construir a nossa vida? Quem pode responder verdadeiramente à inquietação do coração humano? Cristo é a rocha da nossa vida! Ele é a Palavra eterna e definitiva que faz não temer toda sorte de adversidade, toda dificuldade e todo problema."

Que a Palavra de Deus – foram seus votos conclusivos – possa "permear toda a nossa vida, pensamento e ação":

"Caros irmãos, exorto-os a darem espaço, todos os dias, à Palavra de Deus, a se alimentarem dela, a meditá-la continuamente. É uma preciosa ajuda inclusive para defender-se de um ativismo superficial, que pode satisfazer o orgulho por um momento, mas que, no final, deixa vazios e insatisfações."

Após a oração mariana, o Santo Padre – como faz habitualmente – dirigiu a sua saudação, em várias línguas, aos diversos grupos de fiéis e peregrinos presentes. Eis o que disse em português:

"Saúdo cordialmente os fiéis das paróquias de Brandoa e Calhariz de Benfica, no Patriarcado de Lisboa, e demais peregrinos de língua portuguesa, sobre cujos passos e compromissos cristãos imploro, pela intercessão da Virgem Mãe, as maiores bênçãos divinas. Deixai Cristo tomar posse da vossa vida, para serdes cada vez mais vida e presença de Cristo! Ide com Deus."

O Papa concedeu a todos a sua Bênção apostólica. (RL)