2011-03-02 14:31:07

Assassinado o ministro paquistanês para as minorias: promovia o diálogo entre as religiões. Para os cristãos paquistaneses a liberdade religiosa é uma urgência dramática.


(2/3/2011) O ministro paquistanês para as Minorias, Shahbaz Bhatti, um reformista no seio do Governo, foi hoje assassinado a tiro por um grupo de homens armados em Islamabad.Bhatti – de 42 anos e o único cristão no Executivo paquistanês – acabara de sair de casa, quando o carro em que seguia, numa zona residencial de Islamabad, foi violentamente baleado por quatro homens que prontamente fugiram do local. O ministro foi declarado morto já no hospital de Shifa, foi confirmado por fontes médicas e policiais.
O ministro recebera várias ameaças de morte por defender a reforma das leis de blasfémia no Paquistão, segundo as quais o insulto ao Islão incorre na pena de morte e que muitos dos seus críticos apontam como sendo usada para perseguir as minorias religiosas no país. Ainda em Janeiro passado, o então governador da influente província de Punjab Salman Taseer – outro importante defensor do fim da lei da blasfémia – foi assassinado, este por um dos seus guarda-costas.
Este ataque a Bhatti não foi ainda reivindicado por nenhum grupo, mas no local onde o ministro foi assassinado a polícia encontrou panfletos, supostamente feitos pelo Tehrik-i-Taliban Punjab, um grupo dos taliban paquistaneses com ligação à Al-Qaeda, em que é dado um aviso de morto a todos quantos criticam a lei da blasfémia.

Para a Santa Sé é mais um atentado à liberdade religiosa. “O assassinato de Shabbaz Bhatti demonstra como têm sido acertadas as sucessivas intervenções do Papa, a propósito da violência contra os cristãos e contra a liberdade religiosa em geral” declarou o padre Federico Lombardi, director da Sala de Imprensa da Santa Sé.
“À oração pela vítima, à condenação de tão inqualificável acto de violência, se une um lamento para que todos se dêem conta da urgência da defesa da liberdade religiosa” realçou o Padre Lombardi, que reforçou ainda a proximidade do Vaticano com todos os cristãos paquistaneses.
Recordamos que Shabbaz Bhatti, de 42 anos, foi o primeiro católico a ocupar um cargo político desta relevância, no Paquistão, uma nação maioritariamente muçulmana.
Grande defensor de um compromisso em favor da convivência pacífica, entre as comunidades religiosas do seu país, ficou célebre por se opor à “lei da blasfémia”, decreto presente no Código Penal paquistanês, e que prevê a pena de morte para actos que enxovalhem o profeta Maomé.








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