Trípoli, 1º de mar (RV) - “Gostaria de fazer um apelo em prol dos 2 mil eritreus
que foram à nossa igreja local pedindo ajuda e assistência”: foi o que disse à Agência
Fides Dom Giovanni Innocenzo Martinelli, Vigário Apostólico de Trípoli, na Líbia.
“Isso dói meu coração porque não podemos fazer nada por eles. O meu pensamento vai
especialmente às mulheres e crianças. Eles são verdadeiramente os últimos do Evangelho.
São pessoas mansas, generosas e muito religiosas. Peço que essas pessoas possam ser
atendidas e encontrar refúgio em algum lugar. Não há ninguém que pensa neles. Eles
não são pessoas perigosas e não tiram nada da nossa boca”.
“Nós conseguimos
a permissão para 54 eritreus que têm os documentos do Alto Comissariado da ONU para
os Refugiados (ACNUR) – continua o Arcebispo Martinelli. Essas pessoas provavelmente
devem partir talvez, com um avião especial para a Itália. Os outros não têm o cartão
do ACNUR. Bastaria um barco para lavá-los. Seria um gesto maravilhoso. Aos 54 que
devem partir conseguimos abrigá-los em uma sala adjacente à igreja. Os outros 2.000
queriam permanecer na igreja, mas é impossível. Nós tentamos ajudá-los como podemos,
contribuindo no aluguel de suas casas”.
Sobre a situação dramática dos refugiados
eritreus na Líbia, o Núncio Apostólico na Líbia enviou à Agência Fides, a seguinte
declaração: "Há mais de dez dias do início dos protestos na Líbia, padres e freiras
dos dois Vicariatos Apostólicos de Trípoli e Benghazi prosseguem em seu serviço ao
povo e dos fiéis, especialmente nos hospitais. Nestes dias os religiosos estão recebendo
vários pedidos de ajuda de pessoas que não estão nas listas daqueles cujos governos
permitem a evacuação da Líbia. Em particular, em Tripoli, indicam a grave situação
de milhares de eritreus que não têm pontos de referência e, no contexto atual, são
os mais abandonados. Eles esperam vivamente que o Governo possa cuidar de sua saída
e acolhê-los como refugiados”. (SP)